Quando comecei a trabalhar para a ACN, em setembro de 1980, a Cortina de Ferro na Europa Oriental ainda estava inabalável e muitos bispos, padres e leigos eram perseguidos por causa da sua fé.
Um deles era o Cardeal Kazimierz Świątek, que já em 1944 tinha sido condenado a uma pena de dez anos num dos famosos campos de Stalin na Sibéria. Ele visitou a nossa sede no final da década de 1980 e nunca esquecerei a sua homilia na Missa que celebrou na nossa capela, quando nos contou que, embora as condições fossem como o inferno na terra, ele nunca tinha negado a sua fé.
Ao final daqueles dez anos, um oficial da KGB, surpreso, lhe perguntou como ele havia sobrevivido em um campo de concentração do qual poucas pessoas retornavam. Świątek respondeu que Deus o manteve vivo. O oficial lhe perguntou quem era Deus e, depois, em vez de executar uma sentença de morte ainda pendente, disse a Świątek que ele poderia ir embora.
De volta a Pinsk, na atual Bielorrússia, ele foi novamente ameaçado de deportação, mas continuou a viver como bom pastor para o seu rebanho que ainda sofria. Ele, um dedicado servo de Deus, morreu em julho de 2011, aos 96 anos de idade.
Que a fé do Cardeal Kazimierz Świątek seja um exemplo para todos nós quando, diante de oposições, hesitarmos em defender a nossa fé.
Regina Lynch
Presidente Executiva Internacional
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