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Novos ataques terroristas no norte de Moçambique

Publicado em: maio 15th, 2024|Categorias: Notícias|Views: 1182|

Cabo Delgado foi devastado por duas grandes ofensivas militantes. Grupos armados, alegadamente ligados ao Estado Islâmico, fizeram novos ataques na cidade de Macomia e nas aldeias de Cajerene e Missufine. O fato aumentou, então, a crise de deslocação na região. À medida que a violência aumenta, a Igreja intensifica a sua resposta humanitária no norte de Moçambique.

A situação na província de Cabo Delgado, Moçambique, piorou nos últimos dias. Afinal ocorreram dois novos ataques terroristas contra aldeias e cidades locais, incluindo Macomia, que possui uma base militar. De acordo com informações recolhidas pela ACN, centenas de residentes locais fugiram e procuram refúgio no mato ou em um local mais seguro.

Novos ataques foram estratégicos

Os novos ataques ocorreram entre 10 e 11 de maio. Na madrugada de sexta-feira, 10 de maio, os terroristas, que afirmam lealdade ao Estado Islâmico, atacaram a estratégica cidade de Macomia, a 180 quilómetros da capital provincial, Pemba.

Macomia já tinha sido alvo de ataques em junho de 2020. Mas, com a presença de uma base das Forças de Defesa e Segurança no local, tinha sido considerada mais segura do que o resto da região nos últimos anos. No entanto, foi precisamente a base que foi alvo de ataques, originando um prolongado combate que se prolongou até ao início da tarde de sábado. Daniel Eiró, jornalista da estação de rádio diocesana de Pemba, disse à ACN que “a situação em Macomia é muito ruim. Os rebeldes chegaram de madrugada e a população está em fuga”.

Este ataque é mais uma prova de que os terroristas se tornaram mais ousados nos últimos meses. Num vídeo enviado à ACN, é possível ver um civil em fuga dizendo que “neste momento está acontecendo um terrível tiroteio na zona de Macomia e as pessoas que permaneceram na vila precisam de ajuda”, explicando que os rebeldes atacaram “com tudo”.

O ataque foi gigante, mas não se sabe o número de vítimas

De acordo com os relatos da população recolhidos por fontes locais da ACN, os terroristas deixaram um enorme rasto de destruição e vandalismo de habitações e infraestruturas sociais. Tinham até cadáveres espalhados pelas ruas. Mas não há registo oficial do número de vítimas civis.

Horas depois, as aldeias de Missufine e Cajerene, a apenas 70 quilômetros de Pemba, também foram atacadas. Isso resultou numa segunda fuga em massa de civis e no incêndio de várias casas. Os ataques foram confirmados de forma independente à ACN por diferentes fontes da Igreja local.

Seis anos e meio de terror

A revolução em curso em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, envolve uma luta entre militantes islâmicos. Eles procuram, afinal, estabelecer um Estado islâmico e as forças de segurança moçambicanas. Tudo começou em outubro de 2017 e já causou milhares de mortes e centenas de milhares de deslocados internos.

Dom Diamantino Antunes, bispo de Tete, região oeste da região centro de Moçambique, fez uma declaração à ACN. Ele lamentou a destruição generalizada de “dezenas de aldeias” e “de infraestruturas públicas e sociais, incluindo capelas”.

“Queridos irmãos e irmãs, por favor, vos peço que continuem a abrir os vossos corações aos gritos destes nossos irmãos. Rezem por eles e apoie aqueles que os ajudam, através da vossa generosidade”, disse Dom Diamantino Antunes.

Novos ataques aumentaram o número de deslocados

Segundo a Organização Internacional para as Migrações, os ataques terroristas na segunda quinzena de abril causaram cerca de 50 mil novos deslocados internos. Esse número já aumentou com os ataques do fim de semana passado.

Moçambique é considerado um país prioritário para a ACN. Temos prestado ajuda à Diocese de Pemba sob diversas formas. Desde assistência de emergência, projetos pastorais para os deslocados até apoio psicossocial às populações que sofreram diretamente com o terrorismo. A instituição de caridade católica também contribuiu com suprimentos para a construção de dezenas de casas, centros comunitários. Ofertou, também, veículos para os missionários que trabalham mais diretamente com as comunidades deslocadas.

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