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Nicarágua: ACN expressa sua grande preocupação com a situação da Igreja no país

Publicado em: fevereiro 23rd, 2023|Categorias: Notícias|Views: 695|

Fundação Pontifícia ACN (Ajuda à Igreja que Sofre) pede orações pela Igreja na Nicarágua e pelo bispo nicaraguense condenado em 10 de fevereiro

Unida ao Papa Francisco, que expressou sua tristeza e preocupação no dia 12 de fevereiro, após a oração do Angelus, a ACN pede a todos os seus amigos e benfeitores que rezem por Dom Rolando Álvarez, bispo de Matagalpa e administrador apostólico da diocese de Estelí, e por todos os que sofrem na Nicarágua.

Segundo informações locais, o governo está advertindo e prendendo os padres que mencionam o bispo Rolando Alvarez em suas celebrações, por se tratar de “uma atividade proibida”. Pelo menos dois padres foram presos em Madriz e Nueva Segovia por mencionar ou rezar pelo bispo durante suas celebrações dominicais.

Por todas estas razões, perante a tentativa de silenciar as orações do povo da Nicarágua, a ACN pede aos benfeitores de todo o mundo que reforcem ainda mais as suas orações pela Igreja nicaraguense, para que não se sinta abandonada nestes tempos difíceis e possa continuar a anunciar o Evangelho e acompanhar os fiéis, especialmente os mais pobres e necessitados.

Condenado como traidor da pátria

O bispo Rolando Álvarez foi condenado publicamente um dia depois de se recusar a abandonar o país e ser deportado para os Estados Unidos com um grupo de mais de 200 presos políticos, incluindo vários padres e seminaristas acusados de “conspiração”. Entre os expulsos estavam os padres Óscar Benavides, Ramiro Tijerino, Sadiel Eugarrios, José Díaz e Benito Martínez, além do diácono Raúl Veja. Também foram exilados os seminaristas Melkin Centeno e Darvin Leyva, assim como a equipe de mídia da diocese de Matagalpa, Manuel Obando e Wilberto Astola. Todos estiveram presos por “minar a independência, a soberania e a autodeterminação do povo” e por “incitar à violência, ao terrorismo e à desestabilização econômica”.

O julgamento que havia sido marcado para quarta-feira, 15 de fevereiro, foi antecipado. O juiz declarou o bispo como “traidor da pátria” e culpado de “conspiração, ameaçar a integridade nacional e divulgar notícias falsas por meio de tecnologias de informação e comunicação em detrimento do Estado e da sociedade nicaraguense”. A sentença foi de 26 anos de prisão

Tentativa de silenciar a Igreja

A ACN já havia chamado a atenção para a situação dos católicos na Nicarágua em agosto de 2022. Na época, Regina Lynch, chefe de projetos da ACN Internacional, denunciou uma “tentativa de silenciar a Igreja na Nicarágua”.

“A Nicarágua continua convulsionada pela crise iniciada há mais de quatro anos. A situação no país centro-americano é crítica, com grande polarização e muito confronto. Acreditamos que, agora, a oração é mais importante do que nunca”, disse Lynch.

A Fundação Pontifícia ACN está preocupada com notícias sobre padres proibidos de voltar ao país, restrições de visto para religiosos e religiosas, vigilância e controle sobre o movimento de padres e bispos, gravação de sermões e proibição de procissões e celebrações religiosas.

Numa situação de grande deterioração da situação política e social, o empenho da Igreja no seu papel de mediadora da paz e promotora da reconciliação no país, tem levado fiéis e sacerdotes a serem vítimas de repressões, falsas acusações, detenções injustas e sentenças de prisão.

Centenas de ataques contra a Igreja

Em novembro de 2022, foi publicada a edição atualizada da reportagem “Nicarágua: uma Igreja perseguida?”, da advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina. Segundo este relatório, no período entre abril de 2018 e outubro de 2022, houve 396 ataques contra a Igreja Católica neste país da América Central.

Entre os quase quatrocentos episódios documentados, são relatados profanações, roubos, ameaças e discursos de ódio. Nesse período, vários bispos, padres, freiras e leigos foram alvo de represálias por parte das autoridades.

As medidas drásticas tomadas pelo Governo contra o bispo Álvarez representam mais uma escalada na espiral de conflito contra a Igreja e seus membros, e seguem episódios como a expulsão do Núncio Apostólico Waldemar Stanislaw Sommertag, em março de 2022, e o exílio forçado das Missionárias da Caridade, congregação fundada por Santa Madre Teresa de Calcutá, assim como outras religiosas e sacerdotes O Governo também fechou a estação de televisão da Conferência Episcopal e outras emissoras de rádio católicas, além de nacionalizar a Universidade Católica que pertencia à diocese de Estelí.

Unidos em oração.

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