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Missionário do Peru relembra dedicação do Papa Leão XIV

Publicado em: junho 2nd, 2025|Categorias: Notícias|Views: 116|

O Papa Leão XIV serviu no Peru durante um período conturbado, quando os agostinianos enfrentavam ameaças de grupos terroristas e a população local vivia em meio a dificuldades. Segundo o missionário do Peru, padre Lydon, “ele sempre fez questão de que os pobres fossem tratados com dignidade”.

Um missionário agostiniano que viveu e trabalhou com o futuro pontífice por 10 anos no Peru acredita que o novo Papa “vai ouvir o clamor da Igreja sofredora”.

Assim, durante sua missão em território peruano, em um dos momentos mais tensos da história recente do país, Robert Francis Prevost se manteve firme na defesa dos cristãos, cujos direitos fundamentais estavam sendo violados, relatou o padre John J. Lydon.

Uma missão marcada por coragem e dignidade

O missionário do Peru, padre Lydon, conheceu o atual Papa nos tempos de estudante na Universidade Villanova. Mas foi na cidade de Trujillo, no Peru, que passou a conviver mais intensamente com ele. Lá, ambos trabalharam juntos em uma paróquia da periferia. “Os agostinianos de Chicago, cidade natal do Papa Leão, realizam missões no norte do Peru desde 1963”, explicou.

Padre Prevost começou sua missão na Diocese de Chulucanas em 1985, três anos após sua ordenação. Entre 1988 e 1999, atuou na cidade de Trujillo em diferentes funções pastorais. Além disso, ele foi responsável pelo cuidado da comunidade Nossa Senhora Mãe da Igreja, mais tarde transformada na Paróquia de Santa Rita, localizada em um bairro pobre da cidade.

Padre Lydon, natural de Toronto, serviu ao lado de Prevost nessas comunidades. Então quando os agostinianos fundaram um seminário para vocações peruanas em 1990, foi Prevost quem assumiu a liderança. “Ele era muito organizado”, lembrou. “Isso reflete, presumo, sua formação em matemática. Era um bom administrador.”

Missionário do Peru: Compromisso com a dignidade humana

No entanto, mais importante do que suas habilidades administrativas era seu compromisso com o serviço missionário. “Ele era muito focado em servir”, destacou Lydon. O bairro atendido pela paróquia ficava na periferia de Trujillo e, na época, metade da população vivia em condições de extrema pobreza.

“Ele se preocupava muito em garantir que os pobres fossem tratados com dignidade, o que não era comum naqueles dias”, disse. “As autoridades frequentemente maltratavam os mais pobres. Então ele ofereceu a eles uma nova experiência: a de dignidade humana.”

Lydon acredita que a escolha do nome Leão não foi por acaso. “Acredito que ele escolheu o nome Leão porque Leão XIII foi o Papa que publicou o primeiro documento da doutrina social da Igreja Católica, sobre os direitos dos trabalhadores e a dignidade humana.”

Acompanhamento do povo em meio ao terror

Durante os anos 1990, o Peru viveu uma década de violência, marcada pela atuação do grupo terrorista Sendero Luminoso. “Tentávamos acompanhar e apoiar o povo. Mas havia muitas violações de direitos humanos”, lembrou o padre Lydon.

O grupo comunista Sendero Luminoso buscava expulsar estrangeiros que auxiliavam os peruanos. “Recebemos ameaças, assim como nossa paróquia. Até a residência do bispo ao norte foi alvo de bombas. A ideia deles era destruir o país para, das cinzas, construir uma nova sociedade.”

A Província Agostiniana de Chicago sugeriu um plano de evacuação, mas os padres Prevost, Lydon e outros missionários estrangeiros preferiram outra abordagem. “Fizemos um plano sobre como acompanhar o povo nesse tempo de Cruz, e não de deixá-los e parecer que os estávamos abandonando.”

Missionário do Peru dá apoio aos deslocados

Com a presença do Sendero Luminoso nas montanhas, muitos peruanos fugiram para as cidades, como Trujillo. Na periferia, próximo à paróquia dos agostinianos, muitos desses deslocados internos passaram a viver em situação de extrema pobreza.

Para acolher essas famílias, os agostinianos criaram cozinhas comunitárias, que continuam funcionando até hoje, atendendo os mais necessitados da região. O trabalho pastoral e social da ordem impactou positivamente milhares de vidas.

Anos depois, após servir como prior geral da ordem agostiniana por dois mandatos, padre Prevost voltou ao Peru como bispo da Diocese de Chiclayo. Ele mantinha contato com a ACN, agradecendo pelo apoio a projetos locais.

Uma liderança com raízes na missão

Entre os projetos apoiados pela ACN estão a formação de seminaristas, missionários e catequistas, iniciativas que sempre estiveram no centro da atuação do agora Papa Leão XIV.

Seu histórico como missionário do Peru dedicado, defensor da dignidade dos pobres e líder em tempos de crise, inspira confiança de que ele continuará sendo uma voz profética para a Igreja sofredora ao redor do mundo.

Como declarou o padre Lydon: “Ele deu aos pobres uma experiência diferente, uma experiência de dignidade humana”.

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