Um mineiro congolês extraindo coltan (mistura dos minerais columbita e tantalita) em uma mina de estanho perto da aldeia de Nzibira, na República Democrática do Congo. O minério metálico raro é um elemento essencial utilizado na produção de produtos eletrônicos de grande consumo.
Cerca de 70% do cobalto mundial, um metal essencial para produzir baterias recarregáveis de lítio para carros elétricos e computadores, é extraído no leste da República Democrática do Congo. Mais de um quarto do tântalo utilizado em smartphones em todo o mundo é extraído no leste do país. As maiores concentrações de milícias extremistas e jihadistas, bem como de ataques violentos, se encontram no leste da República Democrática do Congo.
A situação é complexa, constituindo uma economia de guerra transnacional que envolve interesses políticos, econômicos, étnicos e religiosos, com o terrorismo atingindo níveis que constituem crimes contra a humanidade. Nos últimos 10 anos, a batalha pelo controle das minas de coltan custou a vida a mais de quatro milhões de congoleses.
O número de grupos terroristas aumentou de algumas dezenas em 2006 para cerca de 120 atualmente. Facções rebeldes como o M23 e jihadistas como a Aliança das Forças Democráticas (ADF, reivindicada pelo autoproclamado Estado Islâmico como Província da África Central do Estado Islâmico) cometem impunemente atrocidades contra a população. Só de abril a junho de 2022, a ONU registrou quase 1.000 mortes de civis; em todo o ano de 2022, mais de 700.000 civis foram deslocados. Cada vez mais, os extremistas têm como alvo os líderes religiosos e os locais de culto.
A Igreja Católica tem sido uma crítica e defensora declarada das vítimas. Em abril de 2021, os bispos destacaram os objetivos dos terroristas, afirmando que “exploram as fraquezas das forças armadas regulares para atingir os seus objetivos políticos e religiosos”, que incluem “a ocupação do território, a exploração ilegal dos recursos naturais, o autoenriquecimento gratuito e a islamização da região sem respeito pela liberdade religiosa”.
Calcula-se que a necessidade mundial de cobalto, impulsionada pela tecnologia, cresça 60% até 2025. Não se prevê que os ataques na República Democrática do Congo, incluindo a violência jihadista, diminuam.