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Educação cristã na Terra Santa: ACN ajuda a manter escolas abertas em meio à crise

Publicado em: novembro 28th, 2025|Categorias: Notícias|Views: 18|

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A ACN está ajudando a manter as portas da educação cristã abertas na Terra Santa. Isso se tornou ainda mais urgente porque o desemprego atinge a comunidade cristã de forma desproporcional. Além disso, durante o Jubileu da Esperança, o Patriarcado Latino de Jerusalém decidiu cancelar todas as dívidas estudantis de suas escolas, oferecendo um gesto de esperança e solidariedade.

Mesmo que os cristãos representem o menor dos três grandes grupos religiosos da região — depois de judeus e muçulmanos — a Igreja Católica administra a maior rede de escolas locais. Esse papel ganha ainda mais relevância diante do cenário atual.

Mais do que isso, as escolas católicas se destacam pela diversidade e pela missão que carregam. “Temos mais de 20.000 alunos e, em todas as nossas escolas, existe uma oportunidade concreta para que pessoas de diferentes crenças se encontrem, se respeitem, aprendam juntas e construam relacionamentos que duram a vida inteira”, afirma o padre Davide Meli, chanceler do Patriarcado Latino.

Educação cristã e desafios sociais da região

A proporção de estudantes cristãos varia entre os territórios. Em Israel, 83% dos alunos são cristãos; na Jordânia, 57%; e na Palestina, apenas 35%. Essa composição influencia diretamente os desafios enfrentados pelas instituições.

Segundo o padre Meli, “a educação católica consiste em transmitir valores concretos e criar relações”. Ele explica que, no ambiente escolar, jovens de diferentes religiões aprendem a conviver segundo os valores do Evangelho e a desenvolver relações saudáveis com os outros e consigo mesmos.

Ao mesmo tempo, as escolas representam uma âncora para manter os cristãos em suas terras. George Akroush, diretor de Desenvolvimento do Patriarcado Latino, reforça essa visão. Ele explica que, se os pais não conseguem garantir educação cristã de qualidade para seus filhos, acabam deixando a região, uma tendência que já marcou as últimas décadas. Por isso, o Cardeal Pierbattista Pizzaballa costuma dizer que “fechar uma escola é fechar uma paróquia”.

Sequestro em massa e esperança para os jovens cristãos

Apesar das dificuldades, os jovens cristãos demonstram forte desejo de permanecer na Terra Santa. “Estamos profundamente comprometidos em preservar uma comunidade cristã vívida e forte. Minha pesquisa mostra que 93% dos jovens ainda têm orgulho de fazer parte da Terra Santa”, afirma Akroush. Segundo ele, muitos veem isso como vocação e plano de Deus.

Contudo, os desafios econômicos aumentaram muito nos últimos anos. A pandemia e a guerra prolongada em Gaza impactaram severamente a população cristã. Akroush explica que “quanto maior o número de estudantes cristãos em uma escola cristã, maior o déficit”, porque são justamente as famílias cristãs que enfrentam maiores dificuldades financeiras.

Diante desse cenário, o Patriarca Pizzaballa decidiu agir com coragem. Em vez de fechar escolas ou excluir famílias endividadas, ele escolheu um caminho de esperança. “O Patriarca disse que, como este é o ano do Jubileu da Esperança, e que parte da prática do jubileu é perdoar dívidas, decidiu perdoar todas as dívidas escolares acumuladas, exceto as do ano letivo atual”, explica o padre Meli.

Alívio financeiro e reforço à educação cristã

O perdão das dívidas trouxe enorme alívio. Muitas famílias estavam desesperadas e enxergaram a decisão como um gesto de dignidade. “Elas viram que a Igreja está com elas, que se importa”, reforça o chanceler.

Para ilustrar a gravidade da situação, Akroush apresenta um dado alarmante: o desemprego atinge 40% da população da Cisjordânia, mas chega a 72% entre os cristãos. A maioria das famílias dependia do setor de turismo, que entrou em colapso após anos de instabilidade. Assim, muitos pais não conseguiam mais pagar nem uma pequena parte das mensalidades.

Apesar do risco financeiro, a resposta de solidariedade surpreendeu o Patriarcado. “Deus nunca perde em generosidade. Poucos dias ou semanas depois do anúncio, pessoas começaram a nos procurar oferecendo grandes doações”, conta o padre Meli. Ele descreve o movimento como “o dinheiro que sai por uma janela e entra por outra porta”.

ACN reforça compromisso com o futuro da Terra Santa

A ACN decidiu apoiar esse esforço e anunciou uma grande doação para cobrir as mensalidades de mais de 800 estudantes cristãos em 13 escolas da Terra Santa. A instituição acredita que investir na educação dessas crianças e jovens é investir no futuro do Cristianismo em toda a região.

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