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Cristãos em Burkina Faso: Heróis da fé

Publicado em: maio 24th, 2024|Categorias: Notícias|Views: 580|

Burkina Faso é um pequeno país no oeste da África com uma população de 22 milhões de habitantes e está entre os dez países mais pobres do mundo. Como se não bastasse, desde 2015 o país é alvo de terroristas islamistas.

Em visita recente ao Brasil a convite da ACN para falar sobre a falta de liberdade religiosa no seu país, o Bispo de Dori, Dom Laurent Dabiré, afirmou que com tantas adversidades, “é um milagre que ainda existam cristãos no país”. O bispo agradeceu ainda a coragem dos benfeitores da ACN, que também ajudam os cristãos em Burkina Faso: “Quando rezamos o Credo, professamos ‘creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica Romana’. Portanto, quando vocês doam para uma igreja distante, ajudando-a sobreviver, estão professando sua fé não apenas com palavras, mas com suas mãos”.

A organização da Igreja

Em Burkina Faso a Igreja Católica está organizada em pequenas comunidades, que correspondem a uma aldeia ou quarteirão na região. Os líderes dessas comunidades são catequistas. Diferente do conceito tradicional, os catequistas na África têm uma responsabilidade abrangente que vai além da preparação para os sacramentos: “Os catequistas são organizadores da sociedade, eles desempenham papéis como realizar celebrações da Palavra, visitar e rezar pelos doentes, coordenar a distribuição de alimentos e medicamentos recebidos e organizar atividades para as aldeias”, explica Dom Dabiré.

Foi justamente para rezar pela alma de um catequista que Dom Dabiré fez uma pausa durante uma de suas apresentações aqui no Brasil. Ele havia acabado de receber a triste notícia que mais um catequista foi sequestrado e assassinado em Burkina Faso.

O terrorismo em Burkina Faso

Notícias assim são corriqueiras para Dom Dabiré: “Todos os dias alguém vem a mim dizendo: ‘Senhor bispo, mataram 30 pessoas esta manhã’. Eu ainda nem terminei de ouvir esse relato e alguém interrompe dizendo: ‘Bispo, acabaram de matar 15 pessoas perto de mim’”.

Dom Dabiré descreve que quando os terroristas chegam, “os rapazes são levados para se tornarem soldados e as moças para serem escravas sexuais dos combatentes”. Nos ataques mais violentos, os terroristas chegam atirando indiscriminadamente nos vilarejos e incendiando as casas. “Não deixam nada para trás nesses casos”, lamenta o bispo.

Para entrar e sair de sua diocese, Dom Dabiré depende de “carona” no helicóptero da Organização das Nações Unidas (ONU), pois as estradas estão repletas de minas explosivas. Além da via aérea, a única maneira de viajar pelo país é em comboios militares. Esses comboios consistem em fileiras de caminhões escoltados por centenas de soldados do exército na frente e atrás. Isso porque os grupos terroristas acampados no meio das estradas são sempre mais de 300 homens. À frente dos comboios vai um grupo de soldados equipados com detectores de minas e bombas, para prevenir explosões. Como resultado, atravessar uma região que normalmente levaria 2 horas acaba demorando 15 horas.

Horários da Missa precisam mudar sempre

Os horários e locais das Missas mudam constantemente para evitar ataques. “Às vezes celebramos às quatro da manhã, outras vezes às duas da tarde ou às cinco e sempre em lugares diferentes. O rito tem que ser rápido, pois manter as pessoas reunidas por muito tempo é um risco para elas”, explica o bispo. Além dessas medidas preventivas, do lado de fora dos templos ficam os “olheiros”, cristãos que monitoram o local ao redor da igreja e alertam caso haja alguma movimentação suspeita.

Os cristãos em Burkina Faso são heróis da fé. O risco iminente de serem assassinados gera medo, mas não os fazem desistir de Jesus. A oração e doação que você faz ajuda a manter a Igreja existindo onde ela provavelmente já teria desaparecido. Continue rezando, continue doando!

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