Campanha de Natal

Catequistas

Missionários da Fé

introdução

Em muitas regiões do mundo, onde a presença de sacerdotes é limitada, são os catequistas, homens e mulheres de fé inabalável, que mantêm viva a chama do Evangelho. Verdadeiros missionários, percorrem, muitas vezes, caminhos difíceis para levar a Palavra de Deus às comunidades mais isoladas.

São eles que preparam crianças e adultos para os sacramentos, evangelizam aldeias distantes e fortalecem comunidades com uma fidelidade silenciosa. São os alicerces vivos da Igreja nos lugares mais vulneráveis do mundo.

A ACN apoia estes heróis da fé, oferecendo formação, meios de subsistência, transportes, Bíblias e material catequético.

O Papa Leão XIV, durante o Jubileu da Esperança com os catequistas em Roma, destacou: “Os catequistas são a vida da Igreja nas periferias da fé; eles levam a luz de Cristo a todos os recantos, com paciência e amor, tornando visível o coração da Igreja para aqueles que mais necessitam.”

A seguir, você encontrará testemunhos reais e profundamente comoventes de quatro países: Brasil, Sudão do Sul, Paquistão, Burkina Faso e Tanzânia. Catequistas que arriscam a vida em lugares marcados pela violência, pela pobreza extrema ou pela perseguição religiosa, para que a fé não desapareça.

BRASIL

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Ensinar Deus à sombra das árvores

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SUDÃO DO SUL

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Ensinar Deus à sombra das árvores

O mundo de Peter Jurwel é duro, difícil e exigente. O trabalho acontece no campo, a golpes de enxada. A terra tem de ser revolvida para ser semeada e os animais precisam de ser guardados durante a noite por causa dos ladrões. Não há descanso. É sempre assim, faça chuva ou faça sol. Essas mesmas mãos calejadas é que largam as sementes à espera que do céu caia alguma chuva, com a promessa que da terra surja o verde da vida. Peter pertence à tribo Dinka, uma das principais do Sudão do Sul.  Um homem simples, sem vaidades, que procura tirar o sustento do dia a dia no ventre da terra. A sua grandeza é outra. É que Peter Jurwel também é catequista. E por ali isso faz toda a diferença.

Na falta de sacerdotes que possam visitar as aldeias, que possam celebrar em todas as capelas, mesmo as menores, as que se confundem com simples cabanas feitas de troncos e folhas de árvores, são os catequistas que assumem a vida da Igreja. E fazem-no com uma dedicação especial.

A ACN esteve na aldeia de Peter, e comprovou como ele é muito estimado. Talvez seja por ser o catequista, o homem que substitui, de certa forma, o padre. Por ali, Peter é o rosto da Igreja. E há muitos catequistas no Sudão do Sul, o que é precioso. O Padre John Malou Beny diz que só na sua diocese há mais de 300. “Eles estão na linha da frente da evangelização. Apesar das carências, de não terem nada para sustentar as suas famílias, para se sustentarem a si próprios, continuam a fazer o seu trabalho”, diz.

Peter não esconde que por vezes as necessidades são muitas. Ele é catequista da aldeia, mas é pai de família também. E sente isso por vezes de forma muito dura. “Em Novembro, na estação seca, a comida é escassa. Se eu não cultivasse, se eu apenas desse catequese, a vida seria muito difícil”, diz. “Mas no trabalho da Igreja, dou o meu melhor”, garante. E dá mesmo.

Faltam instalações. A sombra de uma árvore generosa é suficiente para se improvisar uma sala de catequese. Algumas cadeiras de plástico emprestam alguma solenidade e é assim, com várias crianças, jovens e até adultos sentados à sua frente, que Peter vai semeando a Palavra de Deus. Tudo feito ao ar livre e, ainda assim, não faltam sorrisos.

BURKINA FASO

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Assista aqui o testemunho que vem de Burkina Faso

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“Optei por morrer como mártir”

O Burquina Fasso é um dos países dA África onde a ameaça terrorista é mais forte. Cerca de 40% do país está nas mãos ou é controlado pelos grupos armados. Apesar de todos os riscos, Mathieu e a mulher, Pauline, nunca renunciaram à missão de catequistas. Até que foram raptados em Maio de 2018. Viveram um inferno. Rezaram juntos o terço mais de 700 vezes. A oração os manteve vivos.

Mathieu e Pauline viveram quatro longos meses de cativeiro às mãos de um dos muitos grupos terroristas que infestam este país. Rezaram constantemente terços sobre terços, implorando à Mãe de Deus que os livrasse daquele sofrimento. Rezaram com pedrinhas, simulando as contas do terço. Rezaram com a convicção profunda de uma fé provada na violência e no medo.

Mathieu aceitou contar sua história para agradecer aos benfeitores da ACN que ajudam catequistas como ele. Em 2015 foi enviado para Baasmere, perto da fronteira com o Mali, zona já então perigosa pela violência terrorista. A princípio atacavam apenas militares e polícia, mas depois também as populações.

O primeiro sinal veio quando um grupo foi a casa de Mathieu pedindo-lhe para parar de rezar. Não traziam armas. Foi um aviso. O pior aconteceu na segunda vez, quando um grupo de dez homens armados invadiu a casa do casal. “Porque é que ainda está aqui?”, perguntaram-lhe. “Sou catequista, este é o meu dever”, responde. Mandaram-no deitar no chão, vendaram-lhe os olhos e amarraram as mãos e os pés. A seguir somente o barulho da destruição dos seus bens. Depois, colocaram-no na parte de trás de uma moto, entre dois terroristas. “Pensei que ia morrer”, recorda Mathieu.

Com os olhos vendados, nem percebeu que Pauline também fora levada. “Passámos quatro meses no deserto. Pensei que iam me matar, mas não senti medo. Perdi a esperança de viver, mas nunca renunciei à fé. Eu optei por morrer como mártir. Usávamos pedrinhas em vez de contas. Todas as noites rezávamos 700 contas do terço.” Hoje, Mathieu não tem sombra de ódio. “Pela graça de Deus, Ele ouviu as nossas orações e sobrevivemos. Mesmo que Jesus me chamasse, Ele não ia me abandonar.”

Há toda uma certeza na fé de Mathieu que impressiona. Mas ele lembra que se sobreviveu ao cativeiro, muitos outros cristãos não tiveram a mesma sorte. E não é possível esquecê-los.

PAQUISTÃO

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Assista aqui o testemunho que vem do Paquistão

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Contágio de amor

A história de Babu Patras é notável na sua simplicidade e na sua força silenciosa. Vive no Paquistão, onde a fé é muitas vezes posta à prova. Na sua família, servir os outros é quase um legado. O seu bisavô foi catequista, os pais foram catequistas, e ele próprio diz com orgulho: “Sou catequista”.

Sua afirma não é vaidade, mas humildade e coragem. E é preciso muita coragem… Ser catequista no Paquistão não é fácil. Não é preciso sequer lembrar os múltiplos episódios de perseguição religiosa, nem as acusações de blasfêmia que tantas vezes servem para calar os cristãos. Basta pensar no desafio de quem, todos os dias, partilha a fé entre os mais pobres e marginalizados, muitos sem instrução, mas sedentos do amor de Deus. Babu Patras ainda é jovem. Atrás das lentes grossas dos seus óculos, vê um mundo duro: ruas de terra batida, casas de tijolo cru, carroças puxadas por animais, crianças e homens a amassar barro para a construção. São os seus eleitos. É difícil ser cristão no Paquistão. E, ainda assim, Babu não desiste.

Um contágio de amor que levou bisavô e pais a serem catequistas. E é isso que ele também é com orgulho. “Eu costumava ir à Missa com o meu pai e preparava a igreja sozinho. Decidi dedicar a minha vida ao povo de Deus. No Paquistão, é muito difícil ser cristão”, diz. Leva a Palavra de Deus até aos que mal sabem ler. “A nossa missão é partilhar as alegrias e as tristezas das famílias. Leio o Evangelho na Liturgia, rezo nas casas e igrejas. Preparo casais e os mais novos para a Sagrada Eucaristia.”

Babu recebeu formação graças a uma bolsa de estudos oferecida pelos benfeitores da ACN. Agora quer inspirar outros jovens a serem catequistas. Num país onde os Cristãos são confundidos com os mais pobres, os catequistas estão junto das populações, mesmo nos bairros mais miseráveis, onde ninguém mais vai. Por isso, Babu pede-lhe ajuda: “O vosso apoio é necessário para que uma nova geração de catequistas também possa servir a Palavra de Deus.”

TANZÂNIA

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Assista aqui o testemunho que vem da Tanzânia

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“Fui expulso da aldeia onde vivia”

Descobriu Jesus e foi de tal forma arrebatador esse encontro que decidiu converter-se ao Cristianismo e hoje George é até catequista. Mas não tem sido fácil a sua vida. Foi expulso da aldeia onde vivia, foi perseguido e os vizinhos muçulmanos não perdem uma oportunidade para o ridicularizar. A ele e a todos os catequistas que há por ali. Mas George não desiste e a sua coragem é inspiradora…

A capela onde George dá catequese é bastante rudimentar. Paredes de tijolo, chapas de zinco como telhado, bancos corridos feitos de simples tábuas de madeira e uma cruz na parede atrás do altar. Há sinais de ruína, rachas nas paredes e no chão, e clareiras no telhado que nada prenunciam de bom quando as nuvens se adensam. Mas tudo está impecavelmente limpo. Não há um dia em que George não varra o chão ou não coloque uma toalha branca sobre o altar e que não se põe a caminho para ir ao encontro das comunidades espalhadas. George é um catequista exemplar.

Era muçulmano, mas um dia descobriu Jesus e converteu-se. Foi a tal ponto arrebatador que hoje é catequista. Mas foi também doloroso. “A história da minha vocação é curta. Deixei o Islamismo e converti-me ao Cristianismo. Fui expulso do lugar, da aldeia onde vivia. Fui perseguido, mas mesmo assim não perdi a esperança, mantive-me firme no Cristianismo”, contou de frente da capela, onde as crianças jogam bola antes da catequese.

George manteve-se firme, mas tem pago um preço alto por isso. “Aqui há muitos muçulmanos, e quando nos veem gozam conosco. Não aceitam a nossa mensagem, desprezam-nos por sermos catequistas, mas não podemos perder a esperança”, confessou.

Mas o exemplo de George foi fazendo caminho. Aos poucos, outros vizinhos e habitantes das aldeias em redor foram reparando naquele homem de meia-idade, de sorriso tímido e bondoso, que vai as casas pobres da região, cumprimenta todos, escuta-os e abraça-os. Assim, ouvindo e abraçando, toca as suas vidas, torna-se parte delas, quase família.

Na Tanzânia, os catequistas são um dos alicerces da vida da Igreja. Há poucos padres para tantas pessoas espalhadas por pequenas aldeias e lugares distantes. Chegar a todos é um desafio.