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Burkina Faso: Vivendo com terror

Publicado em: março 4th, 2024|Categorias: Notícias|Views: 661|

Um ataque na diocese de Dori, em 25 de fevereiro, foi o mais recente de uma série de ataques terroristas em Burkina Faso. Diante da perseguição, a Igreja responde com caridade e esperança.

Quando Monsenhor Justin Kientega se tornou Bispo de Ouahigouya, no noroeste de Burkina Faso, em 2010, costumava viajar facilmente até a fronteira com Mali. Desde 2015, porém, partes de sua diocese estão fora dos limites devido à atividade de grupos terroristas que querem impor o islamismo radical.

"Os terroristas chegam de moto às aldeias, reúnem as pessoas e dizem a elas para não irem à escola, para não obedecerem à administração pública, e instruem os homens a deixarem crescer a barba e as mulheres a usarem o véu islâmico. Às vezes, pegam uma pessoa e a matam na frente de todos", lembrou o bispo, durante uma conferência online organizada pela instituição de caridade pontifícia ACN.

O terror está presente em Burkina Faso

Em outros lugares, a população recebe um ultimato para deixar suas casas e não retornar. Os cristãos, uma minoria nesta região, frequentemente enfrentam instruções e punições mais severas. "Não há liberdade de culto. Em algumas aldeias, permitem que as pessoas rezem, mas proíbem o catecismo; em outros lugares, dizem aos cristãos para não se reunirem na igreja para rezar. Isso leva muitos a sair. Em minha diocese, duas das paróquias estão fechadas porque os padres tiveram que sair, e outras duas estão bloqueadas, ninguém pode entrar ou sair."

O ataque de domingo exemplifica isso. "Havia 47 pessoas na Capela para a celebração da Palavra. Terroristas mataram 12 homens e 2 crianças."

Desastre humanitário

A perseguição causou um desastre humanitário, com milhares fugindo para áreas urbanas. "Em todas as cidades, os cristãos estão fazendo o melhor para ajudar essas pessoas. Em muitas paróquias, elas são bem-vindas, tentam encontrar comida para elas", diz o bispo."

200 escolas fecharam, incluindo 30 católicas, símbolos de harmonia interreligiosa. O Bispo questiona quem está financiando esses grupos e agradece às autoridades por coordenar esforços de socorro.
"O governo civil está realmente fazendo o melhor possível. Eles organizam comboios para levar comida para as aldeias bloqueadas. O exército também está fazendo o melhor possível para ajudar as pessoas. O Estado é quem conhece as necessidades dos deslocados, e quando temos ajuda, eles nos dão orientações, para que as pessoas obtenham o que precisam para ter uma vida melhor, embora os desafios sejam muitos."

"A fé cresceu"

Então, apesar das dificuldades, os cristãos não cedem. O Bispo Justin Kientega diz que nenhum deles cede às exigências dos terroristas para abraçar o Islã. "Recusam-se a renunciar à sua fé. Afinal eles sempre tentam encontrar outras maneiras de viver sua fé e de rezar." Ele chega ao ponto de dizer que "a fé cresceu", já que a Igreja foi forçada a se adaptar.

A ameaça terrorista tem um efeito preocupante. "Pessoas retornam às religiões tradicionais por proteção."

Porém, o testemunho de um padre local influencia até os mais tradicionais. "O padre é uma fonte de força para todos, independentemente da religião."

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