Eu gostaria de lhes deixar o convite dos pastores, utilizado em uma antiga canção natalina: “Transeamus usque Bethlehem” [Vamos a Belém]. Sim! Porque o tempo do Natal é como uma porta de esperança pela qual podemos retornar de volta para casa.
Experimento isso como um presente especial, pois há muitos fardos pesados em nosso coração nesses dias. Recebemos, em intervalos curtos de tempo, relatos sobre graves massacres de cristãos e deportações sangrentas em Burkina Faso, na África.
No Líbano, onde realizei ainda há pouco tempo um retiro para nossos colaboradores locais, os ataques estão causando grandes tragédias e ondas de refugiados. Na guerra da Ucrânia, muitas pessoas continuam passando por sofrimentos indescritíveis todos os dias e se encontram em meio a um rigoroso inverno.
Conflitos que ameaçam se agravar e escondem grandes perigos para além dessas regiões. Paralelamente também há conflitos nas famílias, nas comunidades e nos ambientes de trabalho. Tudo isso é pesado demais e pode se tornar insuportável para um só coração.
Vamos a Belém
Portanto, “transeamus usque Bethlehem”. Vamos levantar acampamento, com tudo o que se passa em nossos corações, rumo a Belém! Vamos até Ele, o Deus encarnado, a quem sabemos que “foi dada toda a autoridade no céu e na terra” (Mt 28,18). Vamos até lá na confiança de que Ele é capaz de tudo e que vai conduzir com segurança essa Criação tão maltratada.
Gostaria de deixá-los ainda com um segundo pensamento nessa caminhada para Belém: embora o Filho de Deus encarnado seja indescritivelmente sublime, santo, eterno e todo-poderoso, Ele vem ao nosso encontro na manjedoura como uma criança indefesa.
Esse Menino sorri para nós, estende as mãos e só quer que o tiremos da manjedoura para estar conosco. Esse Menino não traz segundas intenções, não impõe condições e não exige nada. Apenas quer estar conosco. Esse Menino, na manjedoura, é nosso Deus, a salvação do mundo inteiro.
Portanto, “transeamus usque Bethlehem” – Vamos partir e ir até Jesus em Belém. Unido com vocês nessa decisão, do fundo do meu coração e na oração, desejo-lhes um encontro vivo, libertador e cheio de alegria junto à manjedoura, com o Menino Jesus. Feliz Natal!
Pe. Anton Lässer
Assistente Eclesiástico Internacional
Eco do Amor
última edição