“Vai mais para o fundo, e lançai vossas redes para a pesca.” Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas, por tua palavra, lançarei as redes”. (Lc 5,4-5)
Apesar do esforço humano investido nas atividades dos discípulos, o resultado nem de longe foi satisfatório. As coisas não aconteceram conforme o esperado. Mas o mais importante vem agora: em sinal de obediência, eles não se deram por vencidos e tentaram mais uma vez. Eis aqui o centro da vida e missão da Igreja. Lançamos com bastante esforço as redes, plantamos as sementes, mas a força vital extrapola as nossas técnicas e métodos.
Isso nos faz recordar que não somos e nem fomos feitos para uma atitude de autossuficiência. Precisamos de Deus; precisamos do outro. Se isto não nos é claro, acabamos por trazer marcas de um suposto fracasso, sacudidos pela decepção e cansaço de uma vida que custa em dar certo. Mas Jesus já havia dito: “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5). Voltemos a acreditar, e estejamos abertos às surpresas de Deus. Faz bem agir sempre no plural e não deixar que a postura individualista nos torne engessados ou contamine toda boa obra possível no Senhor.
Graça Divina na Ação Responsável
Para começar, podemos deixar de olhar com estranheza uns aos outros e valorizar as boas práticas existentes nas pessoas; Deus continua a se revelar aos pequenos; os ditos sábios não o podem compreender. Também a nossa Igreja do Brasil se reúne neste mês em seu 5º Congresso Missionário Nacional, em Manaus, para escutar os apelos dos movimentos, das pastorais, dos diferentes serviços de caridade, a juventude e as novas formas de evangelização dentro de um mundo cada vez mais digital. Há desafios que precisam ser superados, mas isso não nos deve intimidar e tampouco nos amedrontar, pois o próprio Senhor vem conosco, a fim de que não nos falte coragem e nem o entusiasmo com a Sua pessoa. Afinal, a quem iremos se só em Deus encontramos palavras de vida eterna (Cf. Jo 6,68).
“Aja como se tudo dependesse de você, mas consciente de que na realidade tudo depende de Deus.” Esse é um conselho que Santo Inácio de Loyola nos deixou e que, agora, atualizamos em nossa própria história.
Frei Rogério Lima
Assistente Eclesiástico Nacional
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