Com grande humildade e bondade, são Martinho de Lima servia a todos que lhe pediam algo, especialmente os pobres e os doentes. Na Ordem dos Dominicanos, como irmão leigo, ele executava com alegria mesmo as tarefas mais modestas. Por isso ele também é chamado carinhosamente de “Frei Vassoura”.
Nasceu em Lima (Peru) em 1579, filho ilegítimo de um nobre espanhol e de uma escrava africana liberta. Nada dava a entender que um dia ele se tornaria famoso. Mas a sua fama de santidade se espalhou já durante a sua vida, e inúmeras pessoas buscavam sua ajuda e seus conselhos. De acordo com a tradição, ele conseguia falar até mesmo com os animais. Diz-se, por exemplo, que ele pediu gentilmente aos camundongos que haviam se aninhado na sacristia, justamente entre as alfaias da liturgia, que se mudassem para o jardim, onde ele os alimentaria. Os ratos obedeceram. É por isso que ele é retratado não apenas com uma vassoura, mas também com animais. Ele foi o primeiro afro-americano a ser canonizado.
A paróquia de Buenaventura, no sudoeste da Colômbia, que é dedicada a esse santo tão estimado, também é composta predominantemente por afro-americanos. Os fiéis confiam firmemente na intercessão de São Martinho. A vida é difícil para eles: muitos foram realocados à força em áreas rurais. A maioria vive em grande pobreza, sem muitas perspectivas, e traficantes de drogas e gangues criminosas aterrorizam a população.
Luis Vildoso, da ACN, fez uma visita a essa comunidade: “Víamos cartazes dos guerrilheiros das FARC, que dominam essa região. Em uma das noites houve um tiroteio em frente ao nosso alojamento. A área é considerada uma das mais perigosas da Colômbia.”
Construção de um “espaço de paz”
Mas o Padre Lawrence Ssimbwa está feliz com o fato de os fiéis encontrarem no Evangelho e nos sacramentos a força para lidar com o seu sofrimento. As três missas dominicais são bem frequentadas, e até nas Missas dos dias de semana participam mais de cem pessoas. Elas buscam salvação e cura para suas almas e querem aprender a perdoar aqueles que lhes fazem algum mal.
Agora, porém, o espaço na pequena capela não é mais suficiente e a maior parte das pessoas tem de ficar do lado de fora, mesmo debaixo de chuva ou sol. Por isso, o pároco nos pediu ajuda. Confiantes na sua generosidade, a comunidade quer construir uma igreja maior; como diz o pároco: um “espaço de paz”. Enquanto isso, os fiéis pedem a intercessão de São Martinho de Lima. Eles têm certeza de que o “seu” santo sempre ajuda – e os benfeitores da ACN também.
Eco do Amor
última edição
Obrigada ACN por estar ao lado dos pobres e sofredores