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Sudão do Sul vai receber refugiados

Publicado em: maio 26th, 2023|Categorias: Notícias|Views: 760|

Sudão e Sudão do Sul lutaram uma guerra civil prolongada antes de se separarem em 2011. No entanto, quase todos os sul-sudaneses ainda têm parentes vivendo na capital do Sudão, Cartum. A capital tem sido abalada por um conflito violento entre facções militares, representando diferentes grupos políticos. A Igreja Católica no Sudão do Sul está se preparando para receber refugiados da atual guerra civil que assola partes do Sudão, especialmente Cartum.

Pelo menos 500 pessoas morreram e milhares fugiram, buscando segurança em outros países, incluindo Etiópia, Egito, Chade e Sudão do Sul.

O Bispo de Wau, no Sudão do Sul, escreveu para todos os fiéis de sua Diocese, lhes pedindo que se preparem para receber aqueles que chegam em busca de segurança. “O bispo nos pediu para ajudar nossos irmãos de Cartum. Ele dirigiu o pedido a todos nós, padres, religiosos e leigos. A mensagem é de solidariedade com Cartum e com o povo de lá”, disse a Irmã Beta Almendra à ACN.

Ajuda para quem quer vir pro Sudão do Sul

“Nós organizamos três coletas especiais nas missas. Todos os fiéis leigos estão sendo solicitados a contribuir. Então reuniremos o dinheiro e enviaremos a Cartum na primeira semana de junho. Isso para que possamos oferecer assistência real às pessoas que ficaram para trás ou àquelas que precisam sair”, disse a missionária portuguesa Comboniana, que vive no Sudão do Sul há vários anos.

O Sudão, de maioria muçulmana, e o Sudão do Sul, de maioria cristã, costumavam ser o mesmo país. Porém se separaram em 2011 após uma guerra civil de décadas. No entanto, apesar dos anos de conflito, os países e suas populações ainda têm muito em comum. “Quando dizemos que o Sudão do Sul é o país mais jovem do mundo, é porque ele se tornou independente apenas em 2011. Mas as pessoas são as mesmas de antes, e todas têm parentes em Cartum. Estamos constantemente perguntando como eles estão, se conseguiram sair do país, se conseguem chegar ao Sudão do Sul?”, explica a Irmã Beta, em uma mensagem enviada à ACN de Portugal.

“Pode levar meses para chegar à segurança”

Como acontece na maioria dos conflitos, os pobres sofrem desproporcionalmente, pois são aqueles que não têm meios para garantir sua segurança. “Qualquer um que tinha dinheiro ou economias, conseguiu sair de carro ou de avião. Todos os outros tiveram que sair a pé, e pode levar meses para eles chegarem a lugares seguros, como Wau, por exemplo. Lá estamos esperando por eles e prontos para recebê-los.”

Além do perigo do conflito no Sudão e das dificuldades físicas de uma jornada como essa, existem outros riscos na jornada em busca de segurança. “Muitos daqueles na estrada estão sendo roubados. A maioria deles já teve que deixar tudo para trás, mas até mesmo o pouco que conseguiram trazer é roubado deles. É uma jornada muito difícil, e eles estão deixando um país com muitos, muitos problemas”, diz ela à ACN.

Estima-se que 50.000 pessoas já cruzaram a fronteira entre os dois países, mas poucas ainda chegaram a Wau. “Ainda não temos acampamentos de refugiados, porque a maioria das pessoas está vindo a pé, mas aos poucos elas certamente começarão a chegar”, diz a Irmã Beta Almendra.

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