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Paquistão: fome e epidemias

Publicado em: setembro 19th, 2022|Categorias: Notícias|Views: 1630|

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Em meio a inundações desastrosas no Paquistão, muitas pessoas estão se aproximando das paróquias em busca de ajuda para combater a fome e epidemias. “As pessoas valorizam a Igreja como um lugar confiável para obter assistência emergencial”, disseram três bispos paquistaneses. Eles participaram de uma entrevista coletiva na quinta-feira passada, organizada pela ACN.

O arcebispo Benny Travas, de Karachi, no sul do Paquistão, enfatiza que a Igreja está ajudando sem levar em conta a filiação étnica ou religiosa. Isso, infelizmente, não é algo que sempre pode ser dado como certo. O bispo relata que membros de minorias, especialmente cristãos e hindus, foram afastados dos pontos de distribuição de ajuda e encaminhados à Igreja. “Esta mentalidade de discriminação é dominante em todos os lugares”, confirmaram os outros bispos.

Preocupação com a fome e epidemias

As inundações não apenas levaram as casas das pessoas, mas também sua subsistência, relata o bispo Samson Shukardin, de Hyderabad. À medida que o inverno se aproxima, a fome se torna, portanto, uma ameaça real. Isso porque as áreas rurais foram particularmente afetadas: “As regiões remotas não estão protegidas contra inundações, apenas as grandes cidades”, diz ele.

A doença desenfreada também é uma preocupação, segundo Dom Travas: “A dengue e a cólera estão se espalhando. Os hospitais estão sobrecarregados e estão mandando as pessoas embora.” Entre outras coisas, faltam mosquiteiros para proteger as pessoas da infecção. O arcebispo também diz ter ouvido falar que as farmácias estão retendo o fornecimento de remédios, elevando ainda mais os preços.

Grande solidariedade, apesar da falta de ajuda do governo

Um consolo diante da situação muito difícil é a grande disposição de ajudar, tanto da comunidade internacional quanto da população paquistanesa, diz Dom Khalid Rehmat, Vigário Apostólico de Quetta, no Paquistão ocidental: “As pessoas são pobres, mas generosas”. Esta ajuda é muito necessária, já que a assistência governamental provou não ser suficiente.

De acordo com o arcebispo Travas, o governo prometeu cerca de 100 dólares americanos de ajuda de emergência a todas as famílias da província de Sindh, gravemente afetada. No entanto, isso “realmente não é nada comparado às perdas que sofreram”.

Os três bispos dizem que, atualmente, as maiores necessidades são alimentos, remédios, abrigo de emergência e mosquiteiros. Eles agradecem a ACN, que prestou assistência imediata, incluindo cestas básicas para 5.000 das famílias mais afetadas.

Pequena minoria, grande impacto

Embora os cristãos representem menos de dois por cento da população do Paquistão, eles rapidamente conseguiram colocar em funcionamento um grande programa de apoio. “Os cristãos do Paquistão têm grande fé”, enfatiza Dom Rehmat, “eles sabem que podemos superar todas essas dificuldades”.

A pior inundação de monções em 30 anos, que começou em meados de junho, devastou grande parte do Paquistão. Seis milhões de pessoas foram afetadas pelo desastre e mais de 1.500 mortes foram registradas oficialmente.

Ajude as vítimas das enchentes com sua doação online clicando aqui.

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