O novo ano de 2022 é para a ACN também um ano jubilar. Nossa Fundação Pontifícia, que surgiu em 1947, está celebrando agora seu 75º “aniversário”. O que naquela época era uma “ação temporária de ajuda para os padres e fiéis expulsos do Leste Europeu” se converteu em uma obra pastoral internacional que hoje fornece apoio e assistência de natureza espiritual e material à Igreja perseguida e sofredora no mundo inteiro.
Este aniversário dá a todos a oportunidade de agradecer a Deus os milhões de milagres da caridade e de pedir-lhe que reacenda em nós aquele «primeiro amor» (Ap 2,4) que comoveu tantas pessoas no pós-guerra a trabalhar pela reconciliação, fazendo para isso grandes sacrifícios.
Depois da Segunda Guerra Mundial o mundo ficou desnorteado, perdido e confuso. Hoje está novamente se enveredando por caminhos errados e fatais; e nestes tempos de confusão, precisamos especialmente da orientação do Bom Pastor, que pode nos libertar das garras do mal e que está até disposto a sacrificar a própria vida por nós, suas ovelhas. Assim, a ACN também adota este amor como modelo para si. Queremos imitar Jesus, o Bom Pastor, que conhece, procura, guia, cura, nutre e protege cada uma de suas ovelhas. Este cuidado pastoral é a característica central da ACN. Deus cuida de modo particular de cada um de nós e não aceita nenhuma perda, nem mesmo a de uma única das ovelhas que lhe pertencem e pela qual pagou com o preço do seu sangue. Igualmente, todas as nossas ações devem ser orientadas pelo exemplo desse amor divino.
Devemos todos ser bons pastores
A ACN participa há 75 anos da missão pastoral universal da Igreja, que se manifesta de três formas: no anúncio da Palavra de Deus e testemunho da fé (kerygma-martyria), na celebração dos sacramentos e oração (leiturgia) e no serviço da caridade e unidade (diakonia-koinonia). A respeito dessa tríplice missão da Igreja, o Papa emérito Bento XVI escreveu na encíclica Deus caritas est: “São deveres que se reclamam mutuamente, não podendo um ser separado dos outros. Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de atividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência.”
Sim, somente quando aprendemos a ouvir a voz do Bom Pastor no Evangelho, quando nos deixamos conduzir por Ele aos sacramentos e aprendemos na oração a conhecer o seu coração, podemos dar testemunho de seu Reino e curar o mundo verdadeiramente. Só o amor do Bom Pastor pode nos proteger contra os “lobos e ladrões” que querem dispersar as ovelhas e roubar-lhes a vida. Portanto, devemos todos ser bons pastores e adotar como nossa essa tarefa, a mais importante e mais grandiosa: “Que todos sejam salvos” (1Tm 2,4).
Um abençoado Ano Novo!
Pe. Martin M. Barta
Assistente Eclesiástico Internacional
Eco do Amor
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