A diocese de Maiduguri tem sofrido muito nos últimos anos. A diocese, localizada no nordeste da Nigéria, é o território mais atingido pela violência dos terroristas do Boko Haram. Desde 2009, mais de 100 mil pessoas foram forçadas a fugir, cerca de 5 mil católicos foram mortos e numerosas igrejas, escolas e hospitais foram destruídos.

No final de 2014, Dom Oliver Dashe Doeme teve uma experiência de Deus muito tocante. Enquanto ele rezava o rosário diante do Santíssimo Sacramento ele teve uma visão, onde o próprio Jesus lhe entrega uma espada. O bispo a pegou e, imediatamente, ela se transformou num rosário. Então, Jesus disse três vezes: “O Boko Haram desapareceu”. O bispo entendeu: “Ficou claro que poderíamos derrotar o Boko Haram com o Rosário”. No início, ele não queria contar isto a ninguém, mas depois sentiu-se pressionado pelo Espírito Santo e falou para os sacerdotes da sua diocese.

Alguns meses mais tarde a situação melhorou. Na primavera de 2015, tropas do Exército nigeriano, juntamente com tropas do Chade e da República dos Camarões, conseguiram recuperar algumas aldeias nigerianas ocupados pelo Boko Haram. Isto tornou possível que algumas pessoas deslocadas retornassem aos seus locais de origem.

Agora, essas pessoas têm que reconstruir as suas vidas. Nas missas de reconciliação, Dom Oliver os encoraja a permanecer firmes na fé, apesar do sofrimento pelo qual passaram. Ele os convida a seguir o exemplo de Cristo e perdoar os terroristas, portanto, a não se deixar dominar pela sede de vingança, porque a vingança e as represálias só levam a um círculo vicioso de violência e de guerra. O bispo acredita que a cura só é possível se os fiéis perdoarem o que aconteceu no passado e olharem para o futuro com esperança e confiança. Na Páscoa do ano passado, Dom Oliver visitou várias paróquias de sua diocese, onde constatou que o “desejo de oração e confissão” era grande entre os fiéis. Em algumas paróquias, o bispo e os sacerdotes que o acompanharam, administraram por mais de três horas o sacramento da reconciliação.

Agora, mais do que nunca, os padres são necessários para fazer avançar o processo de cura e perdão, bem como os sacramentos e a pastoral. No entanto, muitos sacerdotes também tiveram experiências traumáticas. Assim, 26 dos 46 sacerdotes da diocese de Maiduguri tiveram que fugir do Boko Haram. Por esta razão, Dom Oliver decidiu organizar uma série de retiros de uma semana para os seus sacerdotes, onde eles pudessem se encontrar e rezar juntos, trocar experiências e fortalecerem uns aos outros no seu ministério sacerdotal e na convivência fraterna. A Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) apoiou este projeto.

Agora Dom Oliver nos escreveu dizendo: “Em nome de toda a Diocese de Maiduguri, gostaria de expressar minha profunda gratidão e admiração à ACN pelo enorme apoio que estão prestando à Igreja que sofre na diocese de Maiduguri”.

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