Arrabeh é um povoado vizinho de Nazaré.Também aqui vivem carpinteiros. Alguns são cristãos. Às vezes eles vão a um casamento, ocasionalmente na vizinha cidade de Caná. Aos domingos e dias santos eles se reúnem na pequena igreja “Nossa Senhora Virgem Maria”. Então Cristo está no meio deles.

Os 300 cristãos católico-melquitas são uma minoria, apesar dos muitos nomes e circunstâncias que fazem lembrar a vida de Jesus. Tanto mais ainda é importante a presença deles. A pequena igreja simboliza essa presença. Na sua visita à Terra Santa em maio do ano passado, o Papa Bento disse, durante a Missa em Nazaré, diante de sessenta mil peregrinos e fiéis, entre os quais também muitos muçulmanos: “Exorto as pessoas de boa vontade de ambas as comunidades a rejeitar o poder destruidor do ódio e do preconceito, que mata a alma humana antes ainda que o seu corpo!” Em vez disso deveriam ser construídas pontes para uma convivência pacífica. A igreja “Nossa Senhora Virgem Maria” é uma dessas pontes. Ela consolida comunidade e fé, permitindo assim uma convivência em nível de igualdade.

Os cristãos católico-melquitas (uma confissão de rito bizantino, unida a Roma) representam cerca de cinco por cento da população de Arrabeh. Os outros 95 por cento são muçulmanos. A sua igreja é um sinal simbólico. Mas ameaça tornar-se um sinal de degradação, se não for reformada e ampliada. Seus 150 metros quadrados de área não conseguem mais conter os fiéis: sobretudo nos dias santos, muitos têm de ficar fora da porta. Agora essa área deve ser acrescida de 50 metros quadrados e ela deve ganhar duas pequenas torres com sino. O toque do sino e o canto na casa comum de Deus incentivam enormemente a consciência da unidade e de uma identidade própria num ambiente islâmico. Nos corações, essa consciência lança raízes que são mais profundas que um senso pátrio. Aqui se trabalha na construção da Jerusalém celeste. Nós concedemos ao arcebispo Elias Chacour e à sua florescente comunidade de Arrabeh uma ajuda financeira para a ampliação da igreja.

A história de algumas localidades dessa região pode ser reconstruída por quase três mil anos. Arrabeh é uma delas. Aqui, há dois mil anos também o cristianismo é de casa, no mais pleno sentido da palavra. Fontes históricas mencionam essas comunidades desde o primeiro século. São pessoas que gostam de viver e trabalhar aqui, na terra sobre a qual Jesus caminhou e onde viveu e trabalhou ocultamente durante trinta anos como criança e como marceneiro. Talvez ele tenha feito mesas e cadeiras para o povo de Arrabeh.
Agora ele está oculto no sacrário da pequena igreja consagrada à sua Mãe. Vamos ajudar para queesse sacrário continue sendo sede digna da sua presença.

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