No extremo norte de nosso país, mais de mil famílias do assentamento Nova Amazônia puderam viver, pela primeira vez, a quaresma reunidas em comunidade. De fato, um tempo de transformação interior para todos.

A história desse povo, repleto de luta e sofrimento, começa com a desapropriação de uma fazenda de 60 mil hectares distribuída a pequenos agricultores vindos especialmente do Maranhão, Piauí e Ceará, em 2001 – conta padre Tiago  Jacques  Hahussea, responsável pela pastoral da terra da Diocese de Roraima. “Porém, aqui tudo é distante, tudo é precário e, ao longo dos anos, muitas famílias foram embora”, comenta.

Então, a pedido da CNBB, a Diocese passou a acompanhar mais de perto os moradores do assentamento Nova Amazônia. “A preocupação inicial era visitar as famílias e depois formar comunidades, mas nesse processo percebeu-se a necessidade de ter um ponto de encontro. Apesar do INCRA ceder o direito de uso de terras para a Diocese, as famílias não possuíam recursos para construir capelas”, relembra. “Foi então que pedimos a ajuda da AIS”.

Graças aos benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre a comunidade católica do assentamento pôde construir as capelas de São José, São Francisco e Nossa Senhora Aparecida e ainda recuperar uma propriedade para a organização da capela Nossa Senhora da Paz. “As capelas mudaram a vida do povo. Ao voltarem a ouvir a Palavra de Deus, em poucos meses, vimos a comunidade afastar todo o sentimento de abandono tão presente antes, recuperar sua autoestima, voltar a ver futuro e, então, restaurar sua identidade católica”, exalta padre Tiago Jacques.

“Os benfeitores da AIS devem saber que são também fundadores de comunidades aqui na Amazônia, que partilham desse fundamento da comunidade cristã. Precisam saber que o que se doa é caminho, é vida de outra pessoa e que sem essa doação tantos caminhos não estariam indo em direção ao Pai”, Padre Tiago

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