Os bispos do Sudão do Sul levam mensagens de esperança e coragem para a sua sofrida população. Depois do encontro em Juba, em fevereiro deste ano, junto ao núncio apostólico para o Sudão do Sul e Kênia – o Arcebispo Charles Daniel Balvo – os bispos sul-sudaneses responderam aos relatos inquietantes de todas as suas sete dioceses que abrangem todo o país.

“As pessoas vivem com medo. A guerra civil continua”, afirmam os bispos em sua mensagem pastoral. Eles expressam sua preocupação por conta que grande parte da violência é contra civis e está sendo cometida por forças governamentais e da oposição. “Algumas cidades se tornaram cidades-fantasmas, vazias, exceto para as forças de segurança e talvez para membros de alguma facção ou tribo. Até mesmo quando as pessoas fogem para as nossas igrejas ou para os campos da ONU, elas continuam sendo perseguidas pelas forças de segurança”. Os bispos lamentam o crescente ódio e a falta de respeito pela vida humana.

Eles denunciam que a crise humanitária que atinge o Sudão do Sul se deve principalmente à insegurança e à má gestão econômica. “Milhões de pessoas são afetadas, um grande número se desloca do seu lar, destes muitos fogem para países vizinhos, onde enfrentam terríveis dificuldades nos campos de refugiados”. Os bispos instruíram a Cáritas do Sudão do Sul e pediram ao núcleo internacional que agissem com urgência para aliviar a crise humanitária no Sudão do Sul, e apelam ao resto da comunidade internacional para fazer o mesmo.

Os bispos também expressam sua preocupação em razão de que “muitos membros dentro do governo parecem desconfiar da Igreja” e deixa claro que a Igreja não toma partido no conflito. “Nós estamos por todas as boas coisas – paz, justiça, amor, perdão, reconciliação, diálogo, o estado de direito, um bom governo – e estamos contra o mal – violência, matança, estupro, tortura, pilhagem, corrupção, detenção arbitrária, tribalismo, discriminação, opressão”. Eles pretendem ser como a viúva que se aproximava de um juiz indiferente, exigindo justiça (Lucas 18, 2-5), desejam se encontrar com todos os que acreditam ter o poder de mudar o país para melhor, até que se tenha uma ação concreta a ser realizada para resolver esta situação.

Os bispos pediram aos fiéis no Sudão do Sul para “trabalharem por justiça e paz; rejeitarem violência e vingança”. Com alegria eles também pedem orações nas intenções do Papa Francisco, pela visita que fez ao país no ano passado. O Santo Padre está profundamente comovido com os sofrimentos do povo do Sudão do Sul; sua visita foi para simbolizar sua preocupação paterna e chamar a atenção do mundo para a situação desse país.

Desde a sua independência, a ACN tem apoiado projetos no Sudão do Sul, em suporte pastoral, construção e reforma de igrejas, ajuda de emergência e auxílio de subsistência. Fiel ao seu carisma, a ACN continuará apoiando o trabalho pastoral no Sudão do Sul, apesar das dificuldades existentes. Inclusive, na sua campanha da Quaresma deste ano, a Fundação Pontifícia volta seus olhos para a África, acreditando no apoio que deve ser dado à Igreja nesse país, mas também a todo continente. Saiba mais, acessando a página sobre a campanha.

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