“Esses ataques não prejudicam a unidade da comunidade egípcia”. As palavras são do Patriarca da Igreja Ortodoxa de Alexandria e chefe da Igreja Copta Ortodoxa, Tawadros II, para delegação da Fundação Pontifícia ACN.

O Primado da Igreja Copta Ortodoxa – a maior comunidade cristã do Oriente Médio, que reúne cerca de 15 milhões de fiéis (2 milhões deles na diáspora) – acredita que o objetivo final dos muitos ataques que ensanguentaram o solo egípcio é uma tentativa de dividir o povo. “Mas podemos reafirmar nossa unidade após cada massacre”, ele insiste, explicando que a Igreja Copta Ortodoxa também está amparando as famílias das vítimas e dos feridos nos ataques, tarefa que levou ao estabelecimento de um escritório específico para este fim dentro do patriarcado.

ACN no Egito
Diretor da ACN Itália, Alessandro Monteduro, e o Patriarca da Igreja Ortodoxa Copta Tewadros II.

“Nós asseguramos ao Papa Tawadros a nossa profunda compaixão e solidariedade com esta Igreja martirizada”, disse o diretor da escritório italiano, Alessandro Monteduro, após a reunião, que simbolicamente ocorreu na festa da Conversão de São Paulo, 25 de janeiro, durante a Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos no hemisfério norte. A data também marcava o sétimo aniversário do início dos protestos pró-democracia na Praça Tahrir do Cairo.

A delegação da ACNestava acompanhada pelo bispo Francesco Cavina, da diocese italiana de Carpi, que passou alguns dias no Egito, visitou lugares afetados pelos ataques à comunidade cristã e se encontrou com as famílias das vítimas. Entre eles, estava Maryam, a esposa do vigia da Igreja de São Pedro e São Paulo, no Cairo, que foi morto no ataque de dezembro de 2016. “Ela logo nos disse que perdoou os assassinos do marido”, explicou Monteduro. Então, ela acrescentou: “Nós, cristãos, sabemos que estamos expostos e estamos prontos para morrer por nossa fé”.

A delegação pôde testemunhar as inúmeras medidas de segurança que foram tomadas para proteger todas as igrejas. “Mas o que mais nos impressionou durante este tempo”, acrescentou o diretor italiano, “foi o vigor e a beleza da fé dos cristãos coptas do Egito que, apesar dos ataques, apesar do terror criado pela ação dos grupos fundamentalistas islâmicos, não deixaram de se reunir nas igrejas”.

A comunidade copta é realmente forte, mas, no entanto, precisa de nossa solidariedade. “Nossos irmãos e irmãs realmente precisam de nós, ajudá-los é a melhor forma de demonstrar que todos nós juntos formamos uma comunidade cristã”.

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