Um representante da Igreja Siríaca Ortodoxa na Síria já havia expressado a sua esperança de que o atual cessar-fogo seja o começo do fim da guerra na Síria. Quando perguntado sobre o fim temporário das hostilidades, que entrou em vigor em 27 de fevereiro, em uma entrevista para a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), o arcebispo Dom Selwanos Boutros Alnemeh, de Homs e Hama, disse: “Nós oramos ao Senhor Deus para que Ele coloque suas mãos em todas as boas obras e como o processo de cessar-fogo é uma boa obra, especialmente depois de um tão longo período de guerra, Ele atendeu nossas orações. E pedimos ao Senhor que abençoe este passo, para que ele seja o começo do fim da guerra na nossa amada Síria.”

Ao falar coma ACN, o Arcebispo Dom Selwanos expressou sua alegria com a recente libertação de reféns cristãos que estavam mantidos no cativeiro pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI). Em 22 de fevereiro foram libertados os últimos 43 reféns do grupo inicial de 253 cristãos que haviam sido capturados há um ano. Isto havia ocorrido quando o EI avançava pela região do Khabur, no nordeste da Síria. Na época, cerca de 3 mil cristãos foram obrigados a fugir de suas aldeias por conta do brutal ataque dos jihadistas. “Não há dúvida”, disse o arcebispo Dom Selwanos, “que a libertação dos reféns fez com que todos os cristãos fossem tomados por uma grande alegria e aumentou a fé de que Deus opera milagres em tempos difíceis, e que o Senhor responde às orações das pessoas boas.”

Enquanto isso, o EI ainda mantém cativos mais de 170 cristãos da cidade síria de Al-Qaryatayn, que foi conquistada pelo grupo extremista em agosto de 2015. Os jihadistas, logo depois desta conquista, destruíram Mar Elian, um mosteiro cristão com mais de 1.500 anos.

De acordo com o arcebispo Dom Selwanos, os cristãos da Síria continuam vivendo com medo do Estado Islâmico e de outros grupos jihadistas, mesmo após a libertação dos reféns da região de Khabur. “Os cristãos viveram aterrorizados pelo Daesh (termo árabe para o EI) e por outros jihadistas no período anterior, e ainda têm medo até agora. Mas temos esperança de que este medo vai terminar em breve, especialmente porque os cristãos amam a paz e a procuram por todos os meios possíveis”.

A Ajuda à Igreja que Sofre apoia o trabalho humanitário do arcebispo Dom Selwanos. Desde o início da guerra na Síria, a organização de caridade doou um total de mais de 40 milhões de reais aos seus parceiros de projeto da Igreja local para ajuda pastoral e humanitária no país. O trabalho de ajuda é principalmente focado no apoio às muitas pessoas deslocadas internamente dentro da Síria.

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