Faz menos de três anos desde que o Pe. Paolo Dall´Oglio foi raptado em Raqqa, no dia 29 de julho de 2013. Agora, o mesmo horror se abateu sobre a comunidade monástica de Deir Mar Musa, situada a cerca de 80 quilômetros ao norte de Damasco. No dia 25 de maio um dos seus monges, o Pe. Jacques Mourad, foi raptado em Qaryatayn – uma pequena cidade no centro da Síria a cerca de 100 quilômetros de Palmira – onde deu assistência pastoral para a comunidade sírio-católica ao longo dos últimos doze anos.

“Ainda não temos notícias dele. Apenas sabemos que ele foi raptado por quatro homens, sem dúvida membros de algum grupo islamista radical” declarou o Pe. Nawras Ammour, diretor do Serviço para Refugiados dos Jesuítas no Oriente Médio. O Pe. Mourad estava viajando com um colaborador quando duas motocicletas se colocaram ao lado do seu carro. Os raptores conseguiram parar o carro e levaram o padre jesuíta.

Por telefone, o Pe. Sammour falou com a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) de Damasco e recordou a última reunião que teve com o Pe. Mourad há cerca de dois meses. Ele estava muito preocupado com a presença de fundamentalistas islâmicos em Qaryatayn, declarou o Pe. Sammour. Apesar de ter consciência do perigo iminente, ele não queria deixar os seus fiéis católicos, nem os muitos refugiados que ele estava abrigando e sustentando em seu mosteiro. No passado, ele havia até negociado com a frente Al-Nusra a libertação de alguns reféns. “Quando eu lhe perguntei se estava se preparando para ir embora, ele me respondeu que só o faria pela força; se não, ele continuaria junto do seu povo” disse o Pe. Sammour.

Nos últimos dias, o Pe. Mourad acolheu muitos refugiados de Palmira, a cidade que agora está em poder do grupo Estado Islâmico (EI). “Ele sempre havia ajudado os sírios e havia abrigado um grande número de muçulmanos no mosteiro de Mar Elias”, explicou o jesuíta. O rapto deste sacerdote está sendo interpretado por muitos como um sinal de que o EI quer dominar a cidade de Homs. O mesmo temor foi exprimido pelo próprio Pe. Mourad apenas alguns dias antes de ser raptado.

“Nós padres, temos plena consciência dos riscos que corremos, mas não podemos fazer outra coisa do que permanecer junto ao povo sírio, tanto cristãos, quanto muçulmanos. Em muitos casos, nós somos as únicas pessoas a quem eles podem recorrer”, finalizou o Pe. Sammour.

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Um comentário

  1. gabrielly 11 de junho de 2015 at 23:07 - Responder

    Deus e Jesus dai força aos perseguidos .

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