O último fim-de-semana foi terrível para os habitantes na cidade de Alepo, quando foram relatados disparo de misseis e de muitos feridos e mortos. Estes ataques vêm confirmar as palavras de Antoine Audo, bispo caldeu de Alepo, à Fundação AIS, sobre a situação terrível que vive esta cidade síria completamente sitiada e onde falta tudo.

“Há mais de um mês ou dois, estamos sem água e sem electricidade”, disse Dom Audo, acrescentando ser desumano ver jovens e crianças pelas ruas, dia e noite, “com garrafas vazias na mão, tentando encontrar um pouco de água”.

O perigo maior, explica este prelado, “é quando são vistos jovens com metralhadoras na mão”, confirmando outra realidade na Síria nos dias de hoje e em especial em Alepo: “existem muitas gangues armadas” e a cidade “está dividida em duas partes: uma nas mãos do exército e outra, a parte mais antiga, “sob o domínio dos terroristas”, que, segundo o bispo, pertencem aos grupos jihadistas «Frente Al-Nusra» e ao auto-proclamado «Estado Islâmico».

Para o bispo é importante que a comunidade cristã possa permanecer na Síria embora o êxodo de pessoas seja cada vez mais incontrolável. “Antes da guerra havia cerca de 150 mil cristãos em Alepo. Hoje acredito que não são mais que 50 mil.” O colapso do país é particularmente visível em Alepo, onde “os ricos foram embora, a classe média ficou pobre e os pobres estão sem nada.” Dom Audo acrescenta que “cerca de 80% da população está desempregada”. A Igreja tenta ajudar todos os que se encontram em situação de desespero. A distribuição de água, por exemplo, tornou-se em algo prioritário na missão da Igreja na Síria.

Nas declarações à Fundação AIS, o bispo caldeu afirma que esta guerra tem como objetivo “destruir e depois dividir a Síria por interesses regionais e internacionais”. E aponta o dedo aos responsáveis pelo “comércio de armas e de interesses estratégicos”. Interesses que, acrescenta, foram os mesmos que que levaram já “à destruição do Iraque e da Líbia no passado e do Iémen também nos dias de hoje”.

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