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Papa Francisco visita a Romênia

31 de maio de 2019

Com o mote “Caminhemos juntos” o Papa Francisco visita a Romênia de 31 de maio a 2 de junho. A viagem acontece vinte anos depois da histórica visita do Papa João Paulo II ao “Jardim de Maria”. Foi o Papa João Paulo II quem utilizou esta expressão no seu primeiro discurso na vista a Romênia. De fato, a expressão remonta à história da aparição da Nossa Senhora em 1498 em Bisericani, no norte do país.

Demografia

A Romênia, é não só uma nação que acaba de celebrar o seu centenário como nação independente, mas também é necessariamente um país diferente. Infelizmente, o caminho percorrido não está livre de dificuldades. Estima-se pois que mais de 3 milhões de romenos tenham abandonado o seu país a procura de melhores condições de vida e trabalho. O país, com cerca de 20 milhões de pessoas, ostenta uma grande diversidade cultural e religiosa.

Romenos, húngaros, alemães, turcos, búlgaros, membros da comunidade cigana, sérvios, polacos, ucranianos e armênios, convivem e partilham o mesmo espaço num equilíbrio bastante frágil e, por vezes, tenso. A maioria professa o cristianismo ortodoxo (80%). Os protestantes são 6%. Os católicos representam apenas 4%. Eles ainda se dividem entre os do rito romano-católico e os que professam ritos orientais, como os greco-católicos, maronitas e armênios.

Papa Francisco visita a Romênia

O Papa Francisco visita a Romênia com uma forte inclinação ecumênica e mariana. Dessa maneira ele dedicará o maior tempo possível para encontrar-se com a comunidade católica. No entanto, o Pontífice deseja contemplar as características e particularidades deste mosaico sociocultural e religioso.

O domingo será o ponto mais alto desta visita. Conforme está previsto, haverá o encontro com os representantes da Igreja Católica Romena unida com Roma. Na cidade de Blaj, lugar histórico da Igreja Greco-Católica, o Santo Padre celebrará a Santa e Divina Liturgia no rito bizantino. Lá, irá presidir a cerimônia de beatificação dos 7 bispos greco-católicos martirizados pelo regime comunista.

O Papa Francisco quer prestar homenagem e agradecer o testemunho de fé da Igreja Greco-Católica que pagou muito caro a sua fidelidade ao Santo Padre. Foram 41 anos de perseguição cujas feridas ainda não estão curadas. O ritual da beatificação acontecerá no Campo da Liberdade (Câmpia Libertății), lugar emblemático onde aconteceram alguns dos momentos históricos mais marcantes da história do país. Depois do almoço, o Papa Francisco terá um encontro com a comunidade rom de Blaj, estimada em cerca de 600 mil pessoas e que representam 3% da população do país.

Desejo de unidade entre as Igrejas

O Pew Research Center reportou que a maioria da população na Romênia é a favor da reunificação entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente. Por certo, durante essa visita histórica, se esperam alguns gestos com uma forte carga simbólica. Estes, a longo prazo, vão contribuir para desanuviar as tensões ainda existentes entre as várias comunidades para que o diálogo ecumênico se consolide e que haja a aproximação de todos em direção à Unidade.

Há precisamente vinte anos, ficou registrado para a história o abraço do Papa João Paulo II ao Patriarca romeno Teoctist. O gesto aconteceu no final da Eucaristia celebrada no Parque Izvor. Durante a celebração, os fiéis católicos e ortodoxos gritavam juntos a palavra “Unidade!”. Esta visita do Papa Francisco pode avivar este desejo de unidade, não só do povo romeno, mas também de todos os cristãos que ainda experimentam a divisão das suas igrejas.

Igreja Greco-Católica | Beatificação dos 7 Bispos

IULIU HOSSU

Nomeado cardeal “in pectore” (nomeação sigilosa) pelo Papa Paul VI, que publicou a sua nomeação apenas em 1973, três anos após a sua morte. Foi bispo da Eparquia Greco-Católica de Gerla, na Transilvânia. Em 28 de outubro de 1948, foi preso pelo governo comunista e deportado para Dragoslavele. Foi então transferido para o Mosteiro de Caldarusani e depois para a prisão de Sighetul Marmatiei. Depois de passar por outros centros de detenção, foi transferido de volta para o Mosteiro de Caldarusani. Ainda assim, permaneceu encarcerado até sua morte em 28 de Maio de 1970. Tinha 85 anos.

VASILE AFTENIE

Bispo de Fagaras e Alba Iulia (Ulpiana), ele foi preso em 28 de outubro de 1948 pelas autoridades comunistas. Da mesma forma, foi levado primeiro a Dragoslavele e depois para o campo de concentração construído no Mosteiro de Caldarusani. Lá, foi torturado e mutilado. Finalmente, foi detido na prisão de Vacaresti, onde morreu em 10 de Maio de 1950, com 50 anos de idade.

VALERIU TRAIAN FRENTIU

Bispo de Oradea e depois Administrador Apostólico da Arquidiocese de Alba Iulia e Fagaras, foi preso em 28 de Outubro de 1948 pelo regime comunista. Foi levado ao campo de concentração de Dragoslavele, depois ao Mosteiro de Caldarusani – transformado em centro de reclusão.  Em 1950 foi transferido para o centro penitenciário de Sighetul Marmatiei. Nesta última prisão, não suportou as condições precárias do local e faleceu a 11 de julho de 1952, com 77 anos de idade. Seu corpo foi enterrado sem funerais numa vala comum.

LIVIU CHINEZU

Foi preso em 28 de outubro de 1948 junto com outros sacerdotes e bispos e transferido para o Mosteiro de Neamt. Depois, foi transferido para a prisão de Caldarusani onde, em 3 de dezembro de 1949, recebeu a ordenação episcopal de outros bispos presos. Contudo, quando a notícia da ordenação chegou às autoridades comunistas, o novo bispo foi transferido para o centro penitenciário de Sighetul Marmatiei. No local, sofreu uma doença grave devido ao trabalho forçado, fome e frio. Morreu no dia 15 de Janeiro de 1955 e foi enterrado numa vala comum. Tinha 55 anos de idade.

IOAN SUCIU

Ioan Suciu foi bispo auxiliar de Oradea Mare e posteriormente Administrador Apostólico da Arquidiocese de Alba Iulia e Fagaras, juntamente com Dom Valeriu Traian Frenţiu. Foi preso em 28 de outubro de 1948 e seguiu o mesmo caminho dos outros bispos: primeiro foi preso em Dragoslavele e, em seguida, no Mosteiro de Caldarusani.
Em 1950, foi transferido para a prisão de Sighetul Marmatiei. Lá, ele foi torturado e abandonado entre a doença e a inanição. Morreu no dia 27 de junho de 1953 e foi enterrado numa vala comum. Tinha 45 anos.

IOAN BALAN

Foi consagrado bispo de Lugoj em 1936 e mais tarde foi nomeado Metropolita. Foi preso em 28 de outubro de 1948 e detido em Dragoslavele e depois no Mosteiro de Caldarusani. Da mesma forma, em maio de 1950, foi transferido para o centro penitenciário de Sighetul Marmatiei. Em 1956, foi transferido para o Mosteiro de Ciorogarla, onde ficou gravemente doente. Morreu no dia 4 de agosto de 1959 com 79 anos de idade.

ALEXANDRU RUSU

Foi bispo de Maramures e Metropolita. Em 28 de outubro de 1948 as autoridades comunistas o deportaram para Dragoslavele. Como outros bispos católicos, mais tarde foi transferido para o Mosteiro de Caldarusani e para o centro penitenciário Sighetul Marmatiei. Foi posteriormente transferido para outras prisões, adoeceu e morreu no dia 9 de maio de 1963. Tinha 78 anos.

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Com o mote “Caminhemos juntos” o Papa Francisco visita a Romênia de 31 de maio a 2 de junho. A viagem acontece vinte anos depois da histórica visita do Papa João Paulo II ao “Jardim de Maria”. Foi o Papa João Paulo II quem utilizou esta expressão no seu primeiro discurso na vista a Romênia. De fato, a expressão remonta à história da aparição da Nossa Senhora em 1498 em Bisericani, no norte do país.

Demografia

A Romênia, é não só uma nação que acaba de celebrar o seu centenário como nação independente, mas também é necessariamente um país diferente. Infelizmente, o caminho percorrido não está livre de dificuldades. Estima-se pois que mais de 3 milhões de romenos tenham abandonado o seu país a procura de melhores condições de vida e trabalho. O país, com cerca de 20 milhões de pessoas, ostenta uma grande diversidade cultural e religiosa.

Romenos, húngaros, alemães, turcos, búlgaros, membros da comunidade cigana, sérvios, polacos, ucranianos e armênios, convivem e partilham o mesmo espaço num equilíbrio bastante frágil e, por vezes, tenso. A maioria professa o cristianismo ortodoxo (80%). Os protestantes são 6%. Os católicos representam apenas 4%. Eles ainda se dividem entre os do rito romano-católico e os que professam ritos orientais, como os greco-católicos, maronitas e armênios.

Papa Francisco visita a Romênia

O Papa Francisco visita a Romênia com uma forte inclinação ecumênica e mariana. Dessa maneira ele dedicará o maior tempo possível para encontrar-se com a comunidade católica. No entanto, o Pontífice deseja contemplar as características e particularidades deste mosaico sociocultural e religioso.

O domingo será o ponto mais alto desta visita. Conforme está previsto, haverá o encontro com os representantes da Igreja Católica Romena unida com Roma. Na cidade de Blaj, lugar histórico da Igreja Greco-Católica, o Santo Padre celebrará a Santa e Divina Liturgia no rito bizantino. Lá, irá presidir a cerimônia de beatificação dos 7 bispos greco-católicos martirizados pelo regime comunista.

O Papa Francisco quer prestar homenagem e agradecer o testemunho de fé da Igreja Greco-Católica que pagou muito caro a sua fidelidade ao Santo Padre. Foram 41 anos de perseguição cujas feridas ainda não estão curadas. O ritual da beatificação acontecerá no Campo da Liberdade (Câmpia Libertății), lugar emblemático onde aconteceram alguns dos momentos históricos mais marcantes da história do país. Depois do almoço, o Papa Francisco terá um encontro com a comunidade rom de Blaj, estimada em cerca de 600 mil pessoas e que representam 3% da população do país.

Desejo de unidade entre as Igrejas

O Pew Research Center reportou que a maioria da população na Romênia é a favor da reunificação entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente. Por certo, durante essa visita histórica, se esperam alguns gestos com uma forte carga simbólica. Estes, a longo prazo, vão contribuir para desanuviar as tensões ainda existentes entre as várias comunidades para que o diálogo ecumênico se consolide e que haja a aproximação de todos em direção à Unidade.

Há precisamente vinte anos, ficou registrado para a história o abraço do Papa João Paulo II ao Patriarca romeno Teoctist. O gesto aconteceu no final da Eucaristia celebrada no Parque Izvor. Durante a celebração, os fiéis católicos e ortodoxos gritavam juntos a palavra “Unidade!”. Esta visita do Papa Francisco pode avivar este desejo de unidade, não só do povo romeno, mas também de todos os cristãos que ainda experimentam a divisão das suas igrejas.

Igreja Greco-Católica | Beatificação dos 7 Bispos

IULIU HOSSU

Nomeado cardeal “in pectore” (nomeação sigilosa) pelo Papa Paul VI, que publicou a sua nomeação apenas em 1973, três anos após a sua morte. Foi bispo da Eparquia Greco-Católica de Gerla, na Transilvânia. Em 28 de outubro de 1948, foi preso pelo governo comunista e deportado para Dragoslavele. Foi então transferido para o Mosteiro de Caldarusani e depois para a prisão de Sighetul Marmatiei. Depois de passar por outros centros de detenção, foi transferido de volta para o Mosteiro de Caldarusani. Ainda assim, permaneceu encarcerado até sua morte em 28 de Maio de 1970. Tinha 85 anos.

VASILE AFTENIE

Bispo de Fagaras e Alba Iulia (Ulpiana), ele foi preso em 28 de outubro de 1948 pelas autoridades comunistas. Da mesma forma, foi levado primeiro a Dragoslavele e depois para o campo de concentração construído no Mosteiro de Caldarusani. Lá, foi torturado e mutilado. Finalmente, foi detido na prisão de Vacaresti, onde morreu em 10 de Maio de 1950, com 50 anos de idade.

VALERIU TRAIAN FRENTIU

Bispo de Oradea e depois Administrador Apostólico da Arquidiocese de Alba Iulia e Fagaras, foi preso em 28 de Outubro de 1948 pelo regime comunista. Foi levado ao campo de concentração de Dragoslavele, depois ao Mosteiro de Caldarusani – transformado em centro de reclusão.  Em 1950 foi transferido para o centro penitenciário de Sighetul Marmatiei. Nesta última prisão, não suportou as condições precárias do local e faleceu a 11 de julho de 1952, com 77 anos de idade. Seu corpo foi enterrado sem funerais numa vala comum.

LIVIU CHINEZU

Foi preso em 28 de outubro de 1948 junto com outros sacerdotes e bispos e transferido para o Mosteiro de Neamt. Depois, foi transferido para a prisão de Caldarusani onde, em 3 de dezembro de 1949, recebeu a ordenação episcopal de outros bispos presos. Contudo, quando a notícia da ordenação chegou às autoridades comunistas, o novo bispo foi transferido para o centro penitenciário de Sighetul Marmatiei. No local, sofreu uma doença grave devido ao trabalho forçado, fome e frio. Morreu no dia 15 de Janeiro de 1955 e foi enterrado numa vala comum. Tinha 55 anos de idade.

IOAN SUCIU

Ioan Suciu foi bispo auxiliar de Oradea Mare e posteriormente Administrador Apostólico da Arquidiocese de Alba Iulia e Fagaras, juntamente com Dom Valeriu Traian Frenţiu. Foi preso em 28 de outubro de 1948 e seguiu o mesmo caminho dos outros bispos: primeiro foi preso em Dragoslavele e, em seguida, no Mosteiro de Caldarusani.
Em 1950, foi transferido para a prisão de Sighetul Marmatiei. Lá, ele foi torturado e abandonado entre a doença e a inanição. Morreu no dia 27 de junho de 1953 e foi enterrado numa vala comum. Tinha 45 anos.

IOAN BALAN

Foi consagrado bispo de Lugoj em 1936 e mais tarde foi nomeado Metropolita. Foi preso em 28 de outubro de 1948 e detido em Dragoslavele e depois no Mosteiro de Caldarusani. Da mesma forma, em maio de 1950, foi transferido para o centro penitenciário de Sighetul Marmatiei. Em 1956, foi transferido para o Mosteiro de Ciorogarla, onde ficou gravemente doente. Morreu no dia 4 de agosto de 1959 com 79 anos de idade.

ALEXANDRU RUSU

Foi bispo de Maramures e Metropolita. Em 28 de outubro de 1948 as autoridades comunistas o deportaram para Dragoslavele. Como outros bispos católicos, mais tarde foi transferido para o Mosteiro de Caldarusani e para o centro penitenciário Sighetul Marmatiei. Foi posteriormente transferido para outras prisões, adoeceu e morreu no dia 9 de maio de 1963. Tinha 78 anos.

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