“Vocês não conhecem meu povo, mas o meu povo conhece vocês por toda ajuda que nos dão… Muito obrigado”.

A convite da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), padre Douglas Bazi esteve pela primeira vez em território brasileiro. Atualmente o sacerdote é responsável pelo campo de refugiados em Erbil, no Iraque, onde a AIS é grande parceira para ajudar na sobrevivência de centenas de famílias. Suas primeiras palavras ao chegar no escritório da fundação pontifícia foram: “Vocês não conhecem meu povo, mas o meu povo conhece vocês por toda ajuda que vocês nos dão… Muito obrigado”.

Ele esteve em São Paulo e no Rio de Janeiro e sua visita teve como principal objetivo chamar a atenção dos cristãos do Ocidente para a realidade que enfrenta a parcela da Igreja que sobrevive no Oriente Médio. Padre Douglas resume esse apelo em três pontos: “REZE por nós, nos AJUDE e nos SALVE. Quando vocês rezam, nós sentimos que não estamos sozinhos; nos ajudando vocês permitem que sobrevivamos; nos salvando, vocês nos dão futuro”.

No Rio de Janeiro, o sacerdote foi recebido pelo cardeal arcebispo da cidade, Dom Orani João Tempesta. O cardeal reconhece que como uma só Igreja, precisamos olhar para todos os necessitados: “Sofremos com eles e pedimos a Deus para que possamos ter atitudes concretas para minimizar essa situação”. Logo após o encontro com o cardeal, padre Douglas seguiu para a paróquia São José da Lagoa, zona sul do Rio de Janeiro onde, junto com a Comunidade Do Caos à Glória, conduziu um momento de oração, testemunho e adoração. O sacerdote descreveu as dificuldades que enfrenta no Iraque por causa da intolerância religiosa e citou detalhes dos nove dias que viveu em cativeiro sob o poder dos extremistas. Irmã Maria Sara, da Comunidade Sementes do Verbo, que acompanhou o evento agradece à Ajuda à Igreja que Sofre por ter proporcionado essa oportunidade que foi para ela como um “retiro”.

No domingo, quem recebeu o padre de braços abertos foi o próprio Cristo Redentor. No monumento mais conhecido do Brasil, padre Douglas celebrou a Santa Missa e, baseado no Evangelho do dia (Mc 10, 46-52), pediu que os cristãos não fossem cegos às necessidades da Igreja, mas se comprometessem em ajudar. O seminarista Islandisson Félix Ferreira, que cerimoniou a Missa na Capela do Cristo Redentor, disse que a experiência dessa visita ficará marcada para sempre em sua memória e acrescenta o quanto a vida do padre confirmou seu chamado ao mesmo ministério: “foi uma grande renovação na minha vocação, me senti mais convicto a continuar doando minha vida aonde quer que eu esteja”.

Cristo Redentor
© Ajuda à Igreja que Sofre/Guilherme Silva

A celebração realizada aos pés do Cristo terminou com uma pequena procissão ao redor do monumento onde padre Douglas deu aos fiéis a bênção em aramaico, o idioma original de Jesus. Como gesto simbólico, a Ajuda à Igreja que Sofre, em parceria com a Arquidiocese do Rio de Janeiro, propiciou que na noite desse mesmo dia a imagem do Cristo Redentor se cobrisse de vermelho com efeitos luminosos, chamando a atenção para os que têm derramado seu sangue por causa de sua fé, especialmente no Oriente Médio.

Padre Douglas se despediu do Brasil na tarde da segunda feira, mas declarou sua gratidão por todo esforço da AIS em “enxugar as lágrimas” dos que sofrem em seu país: “Eu estou representando meu povo para dizer que a Ajuda à Igreja que Sofre está não apenas trazendo a possibilidade de termos uma vida normal, mas de também termos a esperança de um futuro.”

Padre Douglas Bazi
O agradecimento aos benfeitores do Brasil foi escrito em aramaico (2 primeiras linhas),
árabe (terceira linha) e, num grande esforço do padre, em português.

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