Crianças morrem de má nutrição, a qualidade da água que se bebe é muito ruim. Há falta de tudo, de hospitais, escolas, e uma boa formação moral e de educação.

Não há paz na Nigéria. Enquanto no norte do país o conflito com o grupo terrorista islâmico, Boko Haram, está piorando, as pessoas no sul são cada vez mais vitimas da poluição ambiental e de injustiça social, da ignorância dos seus governantes, da má gestão econômica e da corrupção. O bispo Hyacinth Egbebo chamou a atenção para isso em uma reunião com a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). Dom Egbebo, pastor do Vicariato Apostólico de Bomadi no Delta do Níger desde 2009, descreveu a situação no país com estas palavras: “O governo não se preocupa com as pessoas, apenas com ele mesmo.”

A população é em grande parte excluída do rendimento das ricas reservas de petróleo no sul da Nigéria. Em vez disso, arca com o ônus da exploração desenfreada dos recursos. Nos rios do Delta do Níger, diz Dom Egbebo, não há praticamente mais nenhum peixe: “A causa do declínio drástico é a poluição grave do Delta devido à extração de petróleo, bem como a pesca excessiva. Há muitas redes.” Em resultado, a pesca como meio de subsistência tradicional está desaparecendo. Segundo Dom Egbebo, a fim de garantir uma renda, as pessoas tentam obter petróleo bruto, processam a matéria-prima para depois vender como gasolina, mesmo com o governo tentando evitar essa pratica. “As condições de vida no Vicariato são muito, muito pobre. Crianças morrem de má nutrição, a qualidade da água que se bebe é muito ruim. Há falta de tudo, de hospitais, escolas, e uma boa formação moral e de educação” declarou o bispo Egbebo.

Segundo Dom Egbebo, cerca de três milhões de pessoas vivem na área do Vicariato Apostólico de Bomadi, entre eles cerca de 30.000 católicos. A maioria da população pertence às religiões tradicionais, bem como para as igrejas pentecostais. Bispo Egbebo: “Há formas de sincretismo e pregação simples. Aqueles que não conseguem riqueza fazem aliança com o Diabo. Tudo isto promove o ódio entre as pessoas e não o amor. Mas devemos mesmo amar nossos inimigos. Esta é a teologia que devemos pregar. Só o amor vence.”

O Vicariato Apostólico de Bomadi tem 35 sacerdotes para o cuidado pastoral de 25 paróquias. Todo deslocamento depende de veículos e, principalmente, barcos. Mas há uma escassez de ambos. Dom Egbebo, no entanto, planeja estabelecer mais paróquias, o mais rápido possível, e construir escolas e outras instalações de cuidados médicos. O Vicariato atualmente dirige um pequeno hospital com 20 leitos. “O povo confia na Igreja. Podemos fazer muito para melhorar a situação. Nos falta meios, mas vamos continuar a tentar” concluiu Dom Egbebo.

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