O Bispo Dom Fernando Luiz Lisboa, em declarações à Rádio Vaticano, afirma que a situação no norte do país, onde se tem registrado ataques violentos, está fora de controle. Ainda que existam iniciativas das forças de segurança de Moçambique no local em resposta a uma série de ataques contra a população, a situação está descontrolada.

“Alguns teimam” em dizer que a situação está sob controle, mas “não é verdade”. A afirmação surge no momento em que o sentimento de medo da população está evidente. Os campos agrícolas estão ficando abandonados e, como consequência disso, já se fala em fome nessa região de Moçambique.

“Tenho visitado as comunidades e sinto que algo muito triste vai acontecer. Haverá fome em Cabo Delgado porque nas regiões onde estão acontecendo os ataques as pessoas não estão mais trabalhando nos campos por medo”, diz Dom Fernando.

Situação fora do controle em Moçambique

O Bispo de Pemba afirma que a situação em Cabo Delgado é “muito grave”. Uma sucessão de ataques teve início há cerca de dois anos, sendo que “ninguém sabe” quem são os responsáveis pela onda de violência.

Para Dom Fernando, “a verdade é que o inimigo não tem rosto”. Apesar das iniciativas e da presença na região de pessoas das forças de segurança, “os ataques continuam de uma forma violenta. Queimam casas, as pessoas ficam sem moradia. Matam pessoas inocentes, pessoas que trabalham na agricultura. Ultimamente estão atacando veículos do transporte público, uma tristeza muito grande”, disse ainda.

Ataques já são reivindicados

Há uma crescente convicção de que a região norte de Moçambique está na mira de grupos jihadistas. Afinal, em setembro, o EI (grupo Estado Islâmico) tinha reivindicado pela primeira vez um ataque a uma “vila cristã”.

Em uma mensagem publicada na internet no dia 26 de setembro, os jihadistas se referem ao ataque ao “posto do exército moçambicano” ocorrido dias antes em Mbau. Um jornal local, a Carta de Moçambique, descreveu um “cenário de terror” e de “desespero total”, com Mbau transformada, depois do ataque, em uma aldeia fantasma.

Antes de Mbau foram registrados ataques também em Quitejaro e Cobre. No comunicado publicado na internet, Quiterajo foi classificada pelo EI como “vila cristã”. Disseram que “os soldados do califado” deixaram muitos mortos nessa ação militar. Anteriormente, em quatro de junho, o EI tinha reivindicado outro ataque no norte do país.

Desde outubro de 2017 a região de Cabo Delgado tem sido palco de diversos ataques extremamente violentos. Calcula-se que já tenham morrido cerca 300 pessoas nesses ataques. Eles visam especialmente regiões relativamente isoladas, havendo o registro de aldeias praticamente destruídas.

ACN

A ACN tem ajudado a Igreja em Moçambique, sobretudo na região de Pemba, onde Dom Fernando Luiz desenvolve muitos trabalhos com a ajuda da ACN.

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2 Comentários

  1. UMaria Leao Brum 13 de novembro de 2019 at 11:08 - Responder

    Tenho rezado por todo povo sofredor e por todos os agentes de Pastoral que doam suas vidas po nesta causa.

  2. Bárbara 12 de novembro de 2019 at 12:32 - Responder

    Minhas Orações por todo povo nessa região sangrenta e que o Espírito Santo umine e guarde os missionarios aí presente.Forcas pra nossa Igreja peregrina e todos os líderes religiosos .

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