Cristina, a menina cristã iraquiana de três anos sequestrada em Qaraqosh quando a região foi tomada pelos terroristas, foi recentemente libertada e devolvida à família, quase três anos depois.

 

Aida, a mãe de Cristina, não conseguiu esconder a felicidade do reencontro com a filha, que um jihadista arrancou dos seus braços no dia 22 de agosto de 2014.

Desde então, praticamente nunca mais soube nada sobre ela. A volta da menina, agora com seis anos, provocou uma enorme comoção no campo de refugiados de Ashti, na cidade iraquiana de Erbil, no norte do país, onde vivem muitos dos cristãos obrigados a fugir de suas casas devido a ofensiva jihadista em 2014.

A notícia de que a menina tinha sido encontrada e libertada chegou na quinta-feira, dia 8 de junho, quando Elias, o seu irmão mais velho, recebeu uma chamada telefônica em que pediam para alguém ir busca-la em um determinado lugar de Erbil.

“Ver a minha filha é um milagre”, disse Aida, poucos instantes depois de ter estado com ela de novo depois destes três anos de sofrimento. “Mas fiquei assustada ao vê-la, porque ela mudou muito e não a reconheci”.

Mãe e filha estavam no dia 22 de agosto de 2014 abandonando a cidade de Qaraqosh. Com elas estava também o marido de Aida, Jadder, e os outros filhos.

Na saída da cidade, havia uma barreira militar imposta pelos jihadistas. Todos tinham de passar por ali. Foi então que o rapto aconteceu. Eram nove e meia da manhã. Aida levava a menina no colo quando um jihadista olhou para ela e, simplesmente, arrancou-a dos seus braços. De nada valeram os gritos, os protestos. A menina ficou. Eles tinham de partir.

O reencontro permitiu agora refazer o resto da história. A criança foi encontrada, completamente perdida, sozinha e em lágrimas, junto a uma mesquita, em Mossul, em agosto de 2014. Uma família muçulmana a acolheu e tratou dela até agora.

Com grande parte de Mossul libertada das mãos dos jihadistas, milhares de pessoas que estavam literalmente aprisionadas na cidade aproveitaram a oportunidade e fugiram também. Foi assim que a família que acolheu a menina saiu de Mossul, do bairro de Tanak onde vivia, e conseguiu entregá-la, sã e salva, aos seus pais e irmãos.

A comunidade cristã de Erbil juntou-se a Aida e toda a sua família numa verdadeira festa de celebração, com cânticos e danças, pela libertação de Cristina. Um dos seus irmãos, Yaz Khedher, fez questão de agradecer, “a todos aqueles que rezaram pelo seu regresso seguro”.

Tal como a família de Cristina, mais de 120 mil cristãos foram forçados a abandonar as suas casas e todos os seus pertences quando os jihadistas conquistaram um vasto território no norte do Iraque em 2014.

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