Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo 2014, publicado pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), foi apresentado ao Parlamento Europeu em Bruxelas.

Falando para uma plateia de 110 convidados deputados e representantes de ONG’s, o presidente da Comissão Editorial do relatório, Peter Sefton-Williams, convidou os responsáveis políticos europeus “para chamar os líderes religiosos para falar juntos contra a violência de inspiração religiosa”.

Além de dar o discurso para este seminário de dois dias, organizado pelo Partido Popular Europeu, a AIS organizou para que quatro testemunhas participassem do evento: Dom Stephen Dami Mamza de Yola, da Nigéria, Irmã Hanan Youssef, do Líbano, a Sra Dina Raouf Khalil, do Egito, e Dr. Paul Bhatti, do Paquistão, cada um descreveu suas próprias experiências de perseguição.

Alguns dos palestrantes deram detalhes dos cuidados que eles forneceram para as vítimas de perseguição. A diocese de Dom Mamza dá suprimentos alimentícios para 60.000 refugiados no leste da Nigéria e abrigo a 10 mil vítimas de agressão terrorista. “O Boko Haram só olha para o poder. Eles dizem que é como Islã antigo, mas mesmo Imãs locais dizem que o Islã nunca foi uma religião tão sem coração”, disse Dom Stephen.

Do Paquistão, Dr Paul Bhatti, acrescentou: “O Talibã inspira o discurso de ódio de muitos Imãs no Paquistão, Afeganistão e Índia e a falta de educação torna difícil proteger os jovens deste tipo de fundamentalismo.”

Os palestrantes destacaram o fato de que a perseguição religiosa está gerando ondas sem precedentes de migração e deslocamento, muitas vezes afetando os mais vulneráveis – mulheres e crianças.

Irmã Hanan Youssef, das Irmãs do Bom Pastor, que trabalha com refugiados iraquianos e sírios nos arredores de Beirute, disse que somente este ano sua pequena farmácia tinha servido 18.000 pacientes. Doenças como a poliomielite, a tempos já erradicada do Líbano, voltaram com os refugiados.

A maioria dos 120 novos pacientes que ela trata todos os dias não pode pagar pela medicação, porque chegaram nos campos de refugiados sem nada.

A Sra Khalil, da Associação do Alto Egito para a Educação e Desenvolvimento, que coordena o desenvolvimento de 35 escolas com 12.000 estudantes, explicou como o país tinha sido poupado da tragédia dilacerando sociedades nos países vizinhos. Ela disse que, embora o Egito enfrente uma série de desafios, há pequenos sinais de esperança.

A Sra. Khalil falou de “uma população jovem que está começando a renovar um interesse educacional nas artes, que também é indicativo de um movimento longe da violência.”

Membros do Parlamento Europeu disseram que os governos precisam se concentrar em uma ação rápida – bem como as palavras – para deter o extremismo religioso e proteger minorias perseguidas. Eles também disseram que o Ocidente precisava tomar medidas para combater o analfabetismo religioso, que dizem ter sido a culpa para a radicalização – como refletido pelo número de jovens europeus e americanos que se uniram aos jihadistas.

Entre as propostas, o padre Patrick Daly, Secretário-Geral da Conferência Episcopal da Europa à União Europeia, disse que a melhoria do ensino religioso deve ser uma prioridade em todo o setor da educação.

Ele disse que essas iniciativas devem incluir informações historicamente precisas e factuais sobre religião e crenças e seu papel no desenvolvimento cultural, histórico e artístico da sociedade.

Pe. Daly fez um chamado para os oficiais nos serviços públicos, serviços diplomáticos e de serviços externos para serem treinados em assuntos religiosos a fim de melhorar a sua compreensão do papel da fé na sociedade.

Ele disse: “As igrejas e as comunidades religiosas estão prontas para cooperar nessa tarefa importante para ajudar as pessoas a entenderem o contexto cultural e do ambiente religioso que nos rodeia.”

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Um comentário

  1. Evander Junio Chagas dos Santos 4 de março de 2015 at 15:02 - Responder

    “As igrejas e as comunidades religiosas estão prontas para cooperar nessa tarefa importante para ajudar as pessoas a entenderem o contexto cultural e do ambiente religioso que nos rodeia.”

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