O bispo católico copta de Assiut, no Egito, Dom Kyrillos William pediu aos fiéis cristãos em todo o mundo que orem pelas vítimas e pelas famílias das vítimas dos atentados suicidas contra duas igrejas coptas ortodoxas nas cidades de Tanta e Alexandria no Domingo de Ramos, 9 de abril, que custou a vida de pelo menos 44 pessoas e deixou mais 120 feridos. O bispo acrescentou que ele próprio recebeu numerosas mensagens de todo o mundo, após os ataques, prometendo orações e solidariedade por ele e por todos os cristãos do Egito. “A oração é a coisa mais importante que podemos pedir neste momento”, disse à Fundação Pontifícia ACN – Ajuda à Igreja que Sofre.

Não foi totalmente inesperado que haveria mais ataques, acrescentou o bispo. O ataque em dezembro de 2016 contra a igreja de São Pedro e São Paulo no Cairo, na qual quase 30 pessoas foram mortas, tinha sido amplamente visto como um prenúncio do que estaria por vir. “Nossa sensação de segurança não era muito forte”, explicou Dom Kyrillos. No entanto, todos ainda ficaram “surpresos” com os ataques do Domingo de Ramos, já que não era possível prever quando e onde tais ataques ocorreriam.

O bispo enfatizou que, tanto por parte do Estado como por parte da Igreja, há a intenção de fortalecer a colaboração a fim de poder proteger melhor as igrejas cristãs. “Fui visitado por um oficial de segurança que me perguntou o que precisamos agora. Ele mesmo sugeriu que poderíamos treinar jovens e adultos, de modo que todos os recursos poderiam ser agrupados a fim de aumentar a segurança. Há em Assiut 550 igrejas cristãs. Graças a Deus, nada havia acontecido até agora, mas estamos muito pouco preparados para tais eventos”, reconheceu Dom Kyrillos.

Questionado sobre o perigo de um êxodo de cristãos como o do Iraque ou da Síria, o bispo expressou a convicção de que esses ataques não criariam qualquer êxodo em larga escala de cristãos como consequência. “No Egito, as pessoas sentem um vínculo estreito com seu país e todas elas se veem como egípcias – sejam cristãos ou muçulmanos. Há um sentimento mais forte de solidariedade entre a população aqui do que em outros lugares”, acrescentou. No entanto, ele acredita que a intenção dos terroristas é destruir essa solidariedade.

Questionado sobre a planejada visita do Papa Francisco ao Egito, agendada para 28 e 29 de abril, Dom Kyrillos descreveu isso como “mais importante agora do que nunca”. Está convencido de que a viagem não será cancelada, pois o Papa já “demonstrou coragem, justamente nestas situações, para vir e fortalecer o povo”. Ele está confiante de que o Papa vai enviar uma mensagem clara de paz.

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