Irmã Maria Nazaré está de partida rumo a uma difícil missão, mas ela segue com uma fé inabalável em Deus: “Eu perguntei a meus superiores se eu poderia ir para a Síria, já que eles não me pediam…”

“Temos de aprender a sair de nós mesmos, a fim de conhecer outras pessoas, a fim de ir em direção às periferias da nossa existência, a dar o primeiro passo no sentido de nossos irmãos, especialmente aqueles que estão mais longe de nós, aqueles que são esquecidos.” Este apelo do Papa Francisco, dirigido à toda a Igreja, é seguido a risca pela irmã Maria Nazaré. Nascida na Argentina, ela se prepara agora para ir no epicentro do caos: “Eu estou indo para Alepo, no norte da Síria. Lá eu pretendo reforçar a ajuda que duas de nossas irmãs prestam ao bispo católico de Alepo e, além disso, vou trabalhar em um albergue estudantil para meninas cristãs.”

Irmã Maria Nazaré, que pertence ao Instituto do Verbo Encarnado fundada na Argentina, irradiou calma e alegria quando falou com a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) sobre esta nova fase de sua vida. “Não – diz ela – eu não tenho medo. Eu confio em Deus e na Virgem Maria. E, como membro de uma ordem religiosa, confio de forma especial na proteção da Mãe de Deus. Além disso, eu estou sendo acompanhada pelas orações de muitas pessoas.” Ela também pede orações aos benfeitores da AIS para que possa ter a força necessária para cumprir a sua missão num lugar tão difícil e poder se manter fiel a ela. Irmã Nazaré não tem ilusões: “Claro que eu sei que existem perigos. Algo pode acontecer. Mesmo a viagem para Alepo não é segura. São necessárias 12 horas para percorrer a estrada de Damasco até Alepo por causa do grande número de postos de controle. Algo pode acontecer em qualquer lugar.”

Obviamente ela não está sendo enviada para lá contra sua vontade. Pelo contrário! “Eu perguntei a meus superiores se eu poderia ir para a Síria, já que eles não me pediam…” E, mesmo com o consentimento dos superiores, irmã Nazaré precisava de outra permissão para embarcar de vez na missão. Uma outra difícil tarefa: ela tinha que obter o consentimento dos pais. “Essa é uma condição de nossa comunidade. Nas grandes decisões, os superiores não vão contra a vontade da família. Se os parentes estão com medo e preocupados ou mesmo são contra, não se tem uma boa base para seguir adiante. Então, liguei para minha mãe e escutei dela: ‘Você já esteve em uma ordem religiosa por vinte anos. Sua decisão certamente não é uma tarefa fácil para nós. Mas nós sabemos que você está feliz com ela e que, para você, é a vontade de Deus. Portanto, não podemos dizer que não. Estamos orando por você e estamos com você.'”

Irmã Maria Nazaré já ouviu essas palavras antes. Por quase quatro anos ela vem trabalhando em uma área que também pode ser considerada “difícil”: a Faixa de Gaza, que está fechada por Israel e é regida pela organização islâmica Hamas. Desde 2010 ela atuou na paróquia católica da cidade de Gaza, pela qual sua ordem é responsável. “Acho que é muito difícil deixar este lugar. Foi minha primeira missão no Oriente Médio. Tive um maravilhoso tempo. Eu desenvolvi um carinho muito grande para com o povo de Gaza. Desde o começo eles me aceitaram como um membro da família. Nunca a vida foi fácil lá, como se pode imaginar. Os cristãos experimentam uma série de dificuldades no dia a dia, mas a fé deste povo sempre foi um exemplo para mim. Essa lembrança vai agora me acompanhar para a Síria.”

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2 Comentários

  1. João Faustino Jr 4 de maio de 2014 at 14:16 - Responder

    Irmã Maria Nazaré que Deus a abençoe e proteja nesta missão. Estará em nossas orações.

  2. Marco Antonio 3 de maio de 2014 at 22:19 - Responder

    Irmã Maria Nazaré.

    Que a senhora receba sempre todas as bênçãos, graças e a proteção do Divino Pai Eterno.

    Amém.

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