No último domingo, 24 de abril, foi feita em todas as igrejas católicas da Europa uma coleta em favor da Ucrânia a pedido do Papa Francisco. A iniciativa do Santo Padre tem como objetivo ajudar a população que sofre com a miséria na região e ao mesmo tempo despertar a atenção do mundo à realidade do povo ucraniano.

Por causa da guerra e de uma economia muito debilitada, são muitas as necessidades da população local, sobretudo às pessoas que vivem em pequenas aldeias e que dependem de assistência médica, remédios, roupas, alimentos, leite para as crianças, geradores de eletricidade, etc, afirma Magda Kacvmarek, responsável pelos projetos da Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) para a Europa do Leste.

Para Magda, o apelo do Papa é “uma notícia muito boa”, pois além de chamar a atenção da opinião pública para o conflito que teve origem nas pretensões independentistas no leste do país, poderá permitir um auxílio concreto a milhares de pessoas que se encontram numa situação humanitária preocupante. Afinal desde o agravamento da situação dos refugiados no Velho Continente, “nunca mais ninguém falou na Ucrânia nestes últimos meses, embora todos os dias morram pessoas, especialmente no leste do país”, região onde ocorre a chamada “operação anti-terrorismo”, esclarece a responsável da ACN.

Magda Kacvmarek reconhece que, nesta região, em que se vive de certa forma um estado de guerra não-declarada, “as pessoas tentam sobreviver, e são, na sua maioria, doentes, idosos e crianças”. “Por causa deste conflito já morreram cerca de 10 mil pessoas e há, atualmente, na Ucrânia, cerca de 1,5 milhões de refugiados”

“A corrupção é, de fato, o maior problema”, reconhece Magda, dando até um exemplo pessoal, relativamente recente, quando teve de recorrer ao hospital. “Há quatro anos estive durante um breve período de tempo no hospital, na Ucrânia. Em primeiro lugar temos de ir à farmácia e pagar todos os medicamentos, as injeções, o algodão, os comprimidos, as gotas e tudo aquilo de que precisamos, e só então podemos ir ao médico.”

Este retrato de um país economicamente muito debilitado foi descrito também por Dom Jan Sobilo, bispo auxiliar de Járkov-Zaporiyia, na Ucrânia Oriental, durante uma visita recente à sede internacional da ACN, em Köningstein, na Alemanha. O prelado reconheceu que “a pobreza” em muitos setores da população “é horrível”, e isso não é apenas visível entre os deslocados, mas que se sente particularmente nas zonas rurais onde faltam bens de primeira necessidade como “medicamentos e alimentos”.

Dom Sobilo afirmou ainda desejar que esta coleta em favor da Ucrânia represente um passo concreto na reconciliação do seu povo: “Rezo para que os frutos desta coleta não aliviem apenas as necessidades materiais, mas também curem as feridas que as pessoas se infligiram mutuamente e que acelerem o processo de perdão e de reconciliação”.

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Um comentário

  1. Armanado Camargo Pereira 5 de maio de 2016 at 00:07 - Responder

    Vamos exigir dos DIRIGENTES EUROPEUS MAIOR EMPENHO NAS SOLUÇÕES DOS REFUGIADOS,INSLCLUSIVE OS ACAMPAMENTOS DE CALAIS (na FRANÇA) , aqueles que estão na Macedônia e Turquia!

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