Segundo bispo Copta Católico, em declarações à Fundação Pontifícia «Ajuda à Igreja que Sofre» (AIS), a vitória de Mohammed Mursi nas eleições presidenciais pode ser uma boa notícia para os cristãos.

O prelado afirmou que se sentia «otimista» em relação ao futuro. Dom Joannes Zakaria, bispo Copta Católico de Luxor, comentou que tanto ele como os fiéis coptas se sentiram muito animados pelo discurso que pronunciou o presidente eleito no domingo, 24 de junho, depois de sua vitória, quando expressou que desejava governar para todos os egípcios, tanto os cristãos como os muçulmanos.

Em uma entrevista à AIS, D. Zakaria afirmou que o êxito do candidato da Irmandade Muçulmana é um motivo de esperança, apesar de muitos cristãos estarem preocupados que a aparente abertura do partido esconda um programa político islamista e intolerante.

O bispo comentou que muitas pessoas de Luxor votaram a favor do candidato da oposição, Ahmed Shafiq, nas eleições de segundo turno; entretanto, tranquilizaram-se com o discurso de Mursi, no qual expressou uma postura positiva frente ao turismo, atividade de importância vital para a economia local. «Os cidadãos de Luxor tinham medo de que a Irmandade Muçulmana pretendesse deter o turismo; mas agora confiam que se faça realidade o que afirmou Mohammed Mursi em seu discurso», disse o prelado Copta.

Dom Zakaria confirmou as informações de que Mursi estaria considerando escolher um Copta para o cargo de Vice-presidente e que falou a favor do turismo e dos direitos das mulheres. O bispo Zakaria se mostrou «otimista» e acrescentou: «Todos esperamos que cumpra as promessas que fez no discurso após ser proclamado Presidente».

O prelado se referiu a um fragmento do discurso em que o presidente eleito afirmou: «O Egito é para todos os egípcios; todos temos os mesmos direitos. E todos nós temos, deste modo, obrigações para com este país. Isto me diz respeito: eu não tenho direitos; só tenho obrigações… Os egípcios, muçulmanos e cristãos, defendem a civilização e a construção». Comentando estas palavras, Dom Zakaria disse: «É verdade que no passado a Irmandade Muçulmana não cumpriu suas promessas. Quando não se está no poder, pode-se dizer o que for; mas agora, que assumiram a enorme responsabilidade do governo, é muito diferente».

A associação católica internacional «Ajuda à Igreja que Sofre», financiada exclusivamente com donativos privados, apóia a Igreja e seus membros que trabalham para ajudar os mais necessitados. Anualmente a AIS financia ao menos 5.000 projetos, principalmente de caráter pastoral, em diversos lugares do mundo.

A «Ajuda à Igreja que Sofre» tem como prioridade o compromisso com liberdade religiosa e a reconciliação. Desde sua fundação em 1947, a Associação se identifica com a defesa dos cristãos oprimidos eperseguidos. A cada dois anos, a AIS publica um documento «sobre a liberdade religiosa no mundo» e um relatório «sobre a perseguição dos cristãos em escala internacional».

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