“Cristo exige um amor capaz de mover montanhas. Uma vez que Ele nunca pede o impossível, podemos, pela força da nossa fé, remover também as montanhas da miséria e da ignorância, dos mal-entendidos, do ódio e da grosseria. Isso é geralmente uma obra de reconciliação que só pode ser realizada através da oração, da humildade e do amor altruísta.” Padre Werenfried van Straaten

Este é apenas o editorial do Boletim de Julho de 2014.
Você pode baixar o boletim na íntegra ao final deste texto (anexo).

 

Ainda tenho diante dos olhos essa imagem impressionante: na capela lotada, jovens com todos os tipos de tatuagens e piercings cantam com alegria e força o Hosana da liturgia do Domingo de Ramos. Para mim foi uma imagem da vitória do amor de Cristo, que consegue tocar e transformar até mesmo os mais duros corações. Um milagre de Páscoa permanente! Na “Fazenda da Esperança” em Guaratinguetá, SP, pude experimentar em primeira mão a alegria da ressurreição. Os 120 ex-toxicodependentes que ali vivem em comunidade não têm um passado atraente. Suas histórias sofridastêm uma coisa em comum: com maior ou menor culpa própria eles conduziram suas vidas a uma ruína prematura por não encontrarem saída. Só um milagre, equivalente a uma ressurreição dos mortos, conseguiu salvá-los. A “Fazenda da Esperança” foi para eles realmente a última esperança.

O fundador das Fazendas, o sacerdote franciscano Frei Hans, explicou-nos que nas primeiras semanas os recém-chegados só precisam aprender uma coisa: a perdoar. Esse passo é imprescindível para a continuidade do caminho de cura. A própria culpa e a culpa dos outros, que geralmente tem raízes profundas nas famílias, muitas vezes parece insuperável. Quem bate às portas da Fazenda com essas feridas tão profundas, chega arrasado, e geralmente está na iminência de desistir de si mesmo e de seu próprio futuro. A oração, os sacramentos e o amor no seio da comunidade, é isso que lhes dá a força para perdoar, e dessa forma provoca a cura.

Um dos rapazes nos contou como seu pai tinha transformado a sua vida num inferno; seu único sentimento era de um profundo ódio por ele. Durante vinte anos ficaram sem nenhum contato um com o outro. Depois das primeiras semanas de permanência na Fazenda, ele conseguiu escrever uma carta de quatro páginas e perdoar seu pai. “Essa reconciliação”, disse ele com lágrimas nos olhos, “ainda antes de chegar ao meu pai, tornou-se para mim um presente inesperado. Eu senti em mim a proximidade de Jesus e o poder da sua misericórdia e reconheci: Jesus carregou também a minha culpa e a minha cruz.” Hoje o pai vem a cada mês para fazer uma visita ao seu filho. Agora os dois pretendem ficar na Fazenda para ajudar outros jovens.

O perdão abre nossos olhos para o mistério da Redenção. Ele carrega em si o desejo de apagar toda culpa, por maior que seja, e está pronto a assumir também o sofrimento causado pela culpa. O homem misericordioso faz da sua vida um dom para todos. Na Fazenda, os jovens aprendem a conhecer este segredo. São eles que mais tarde fortalecem os outros e os ajudam a se reerguer.

Obrigado, queridos amigos, pela sua participação nesse maravilhoso plano da Divina Misericórdia e por preencherem muitos corações com o espírito da paz e da reconciliação.

Abençoa-os com gratidão, o seu

 

Pe. Martin M. Barta
Assistente Eclesiástico Internacional da AIS

 

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