“São duas as coisas de que mais precisamos no momento: misericórdia, e ainda, misericórdia!”
Papa Francisco, numa entrevista

No dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, 50 anos após a conclusão do Concílio Vaticano II, com a abertura simbólica da “Porta Santa” a Igreja entra no Ano da Graça da Misericórdia. Mas para milhões de refugiados a porta para um futuro melhor parece estar fechada na sua própria terra natal. Para cada vez mais pessoas está ficando fora do alcance aquilo de que elas precisam para uma vida de fato humanamente digna. A dignidade de muitas pessoas é, inúmeras vezes, conspurcada e escravizada pelo pecado. O respeito pela dignidade humana, tão promovido pelo Concílio Vaticano II, está sendo ameaçado. O homem torna-se um estranho para si mesmo. Mas Deus aguarda até que o homem retorne a si e volte para casa. No olhar misericordioso de Deus, ele reencontra sua grandeza e a paz.

Uma antiga lenda conta: No final de sua longa vida, quando Adão tinha ficado velho e grisalho, foi tomado por uma profunda nostalgia. E empreendeu o caminho de volta ao Paraíso perdido. Uma vez chegando lá, sacudiu com as últimas forças os portões fechados do Paraíso, e gritou com alta voz: “Eu quero voltar para casa!”. Só a nova Eva, sem nenhuma mancha e cheia de graça, a Imaculada, foi autorizada a abrir por dentro o portão do Paraíso. Em Belém, Maria não tinha abrigo, deu à luz o Filho divino numa estrebaria, colocou-o numa manjedoura e teve de fugir com José e o Menino para o Egito. Por isso ela, como mãe, pode conduzir-nos de volta para casa.

Milhões de pessoas estão fugindo da brutalidade da guerra, do lucro e do poder. Elas procuram um lugar onde possam viver felizes. A onda de solidariedade em muitos países é grande. No entanto, o exílio nunca poderá acabar sem a ajuda da Imaculada. Nela, a misericórdia de Deus é sem medida. Porque, justamente, não se trata apenas de ser bondoso e solidário de acordo com o lema: “O importante é que todo mundo fique satisfeito.” Para isso não é necessário o Deus da misericórdia. Nós precisamos da insondável misericórdia de Deus porque, caso contrário, viveremos em um nível inferior à nossa dignidade, colocando assim em risco a verdadeira felicidade. A misericórdia de Deus defende implacavelmente a grandeza do homem. Por isso, o filósofo francês Emmanuel Levinas escreve: “Deus não nos cumula de bens, mas exorta-nos à bondade, que é melhor do que todos os bens que possamos receber.”

Queridos amigos, Deus se faz homem. Cada uma de nossas ações deve atestar essa infinita bondade de Deus. Como Jesus disse à santa Irmã Faustina: “Anuncia, minha filha, que eu sou inteiramente amor e compaixão. Todo aquele que se aproxima de mim com confiança, recebe minha graça em tal abundância que se torna incapaz de contê-la; e ele irá irradiá-la também sobre outras pessoas.” Uma abençoada festa de Natal e um Feliz Ano Novo 2016 deseja-lhes o seu,

Pe. Martin M. Barta
Assistente eclesiástico

Este é apenas o editorial do Boletim em referência.

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